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Evo Morales, Manuel Zelaya, Daniel Ortega, Hugo Chávez e Rafael Correa: esquerda unida contra o golpe | Palácio de Miraflores/Reuters
Evo Morales, Manuel Zelaya, Daniel Ortega, Hugo Chávez e Rafael Correa: esquerda unida contra o golpe| Foto: Palácio de Miraflores/Reuters

Repercussão

"Não podemos aceitar ou reconhecer qualquer novo governo que não seja o presidente Zelaya, porque ele foi eleito diretamente pelo voto, cumprindo a regras da democracia". Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil.

"Não foi legal, e o presidente Zelaya permanece o presidente de Honduras, o presidente democraticamente eleito. Não queremos voltar para um passado de escuridão". Barack Obama, presidente dos Estados Unidos.

"(Fui deposto) em um complô de uma elite voraz, uma elite que só quer manter o país isolado, em um nível extremo de pobreza". Manuel Zelaya, presidente afastado de Honduras.

Lula condena "golpe" e defende isolamento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou ontem o golpe de Estado em Honduras, disse que não reconhece o novo governo e determinou que o embaixador brasileiro em Honduras, Brian Michael Fraser Neele, não retorne ao posto.

Leia a matéria completa

  • Hondurenho protesta contra a deposição de Zelaya: pressão das ruas

Tegucigalpa - No seu segundo dia à frente de Honduras, o presidente interino Roberto Micheletti entrou ontem pelos fundos da Casa Presidencial para dar posse aos primeiros sete membros de seu gabinete. Ao mesmo tempo, diante do portão principal, os primeiros confrontos violentos entre militares e algumas centenas de manifestantes em favor de Manuel Zelaya, deposto ontem, deixaram ao menos 15 feridos e algumas dezenas de presos.

Ex-aliado de Zelaya, Micheletti nomeou um gabinete predominantemente do tradicional Partido Liberal (centro-direita), ao qual os dois pertencem. Dois dos escolhidos sobreviveram ao regime deposto, entre o quais o novo ministro da Defesa, Adolfo Lionel Sevilla, que vinha exercendo o vice-ministério da mesma pasta.

Violência

Ao mesmo tempo em que Micheletti se instalava no palácio, militares e policiais começaram a dispersar as centenas de manifestantes que bloqueavam a entrada do principal desde a manhã de domingo, quando Zelaya foi expulso do país rumo a Costa Rica.

Emissoras de tevê e rádio do país que estão no ar – todos favoráveis ao novo governo – não transmitiram os confrontos diante do palácio. Já os meios de comunicação pró-Zelaya continuavam fechados e militarizados. Quatro jornalistas da Associated Press e três da emissora televisiva venezuelana Telesur foram presos por policiais.

Honduras está sob toque de recolher por 48 horas desde ontem, por determinação de Micheletti.

A crise política em Honduras se acentuou diante da insistência de Zelaya em realizar uma votação sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte.

Apesar da consulta, que seria realizada no domingo, ter sido declarada ilegal pelo Congresso, pela Justiça e pela Promotoria, Zelaya tentou levá-la adiante.

Reação internacional

Durante o dia de ontem cresceu a pressão internacional contra a deposição do presidente eleito. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, qualificou o golpe em Honduras como um ato "ilegal’’ que abre um "terrível precedente’’ para a região.

Em Manágua foram agendadas reuniões simultâneas do Sistema de Integração Centro-americana (Sica), já marcada antes do golpe, da chavista Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) e do Grupo do Rio – Honduras faz parte de todos os organismos multilaterais. Ambos condenaram o golpe.

Para hoje está prevista mais uma reunião da OEA para discutir a crise, dessa vez com a participação dos chanceleres dos países-membros, na sede da entidade, em Washington. Já Zelaya deve discursar nesta tarde na ONU, em Nova Iorque.

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Consequências

Golpe em Honduras pode sofrer retaliação.

Perguntas e respostas

Que retaliação a OEA, a ONU e países podem tomar?

De acordo com Carta Democrática da OEA, Honduras pode ser suspensa do grupo. A esquerdista Alba, que inclui Honduras, anunciou que retirarão embaixadores. União Europeia anunciou que golpe trará dificuldades para a negociação do TLC com a região.

E os EUA?

Apesar de condenarem o golpe, EUA resistem a classificar dessa maneira a queda de Zelaya, o que implicaria legalmente corte em ajuda e cooperação. Washington diz tratar-se de uma estratégia para negociar a volta de Zelaya com o novo governo.

Fonte: Folhapress

Os golpes (ou tentativas) mais recentes na região

2000 – Militares, com apoio do movimento indígena, derrubaram o presidente Jamil Mahuad, no Equador.

2002 – Tentativa frustada de golpe contra Hugo Chávez, na Venezuela.

2004 – Deposição do presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide. Não foi chamado de golpe pela OEA, que apoiou envio de missão da ONU chefiada pelo Brasil.

2009 – Golpe militar em Honduras. País elegia governos desde 1981, após governos militares desde 1956.

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