Irã estuda aproximação com os EUA
Um dia após a posse de Barack Obama, o chanceler do Irã acenou com a possibilidade de um primeiro passo rumo à retomada de laços diplomáticos com os EUA. Ele também cobrou mudanças na política norte-americana para o Oriente Médio e disse que seu país irá aguardar antes de fazer qualquer julgamento das posições de Obama sobre o Irã.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou ontem para quatro líderes políticos do Oriente Médio, em uma tentativa de demonstrar que, desde o início, sua administração tentará dar um empurrão para a retomada do processo de paz na região. Obama conversou com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, com o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, com o rei da Jordânia, Abdullah II, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
"Ele usou esta oportunidade, no primeiro dia de governo, para comunicar seu compromisso a um engajamento ativo na busca da paz entre árabes e israelenses desde o começo e para expressar a esperança de que os líderes continuem a cooperar", disse o secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs.
Obama herda uma grave crise política no Oriente Médio, intensificada pela ofensiva israelense contra o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza, que deixou quase 1.300 palestinos mortos. Treze israelenses também morreram. Israel lançou a operação para acabar com o disparo de foguetes contra seu território pelos militantes islâmicos. Uma frágil trégua unilateral declarada por Israel está em vigor desde o fim de semana passado.
Gibbs disse que Obama enfatizou aos líderes "sua determinação em trabalhar para ajudar a consolidar o cessar-fogo, ao estabelecer um sistema que impeça ao Hamas o contrabando de armas e o rearmamento do grupo". Segundo ele, Obama também falou em trabalhar com a liderança palestina para criar "um esforço maior de reconstrução para os palestinos em Gaza".
Tropas israelenses completaram ontem a retirada da Faixa de Gaza, mas mantiveram fortes contingentes na fronteira. A chanceler de Israel, Tzipi Livni, partiu para a Europa, onde tentará obter apoio internacional para um plano de impedir o contrabando de armas do Egito para o território palestino.
O contrabando de produtos e armas do Egito para Gaza recomeçou apenas alguns dias depois do fim da campanha de Israel contra o Hamas. Imagens de tevê mostram contrabandistas palestinos enchendo um caminhão com combustível que veio de um túnel que liga o território ao Egito. As imagens também mostram pessoas limpando túneis que estavam bloqueados e escavadoras auxiliando nos reparos.
Leia mais sobre o primeiro dia de Obama no cargo na coluna de Veríssimo e na coluna da Míriam Leitão e na coluna do Carlos Heitor Cony e na coluna de Reinaldo Bessa.
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