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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ressaltou nesta quarta-feira (9) a importância das lições da Segunda Guerra Mundial e disse que os países que "profanam" monumentos aos heróis da guerra insultam suas populações e semeiam novas desconfianças entre os Estados e as pessoas.

As críticas de Putin, feitas da tribuna na Praça Vermelha, tinham como destinatários dois países: Estônia e Polônia.

Em 27 de abril, autoridades estonianas retiraram um monumento aos soldados soviéticos no centro da capital, Tallinn, o que provocou uma crise diplomática entre Rússia e Estônia. A Polônia também anunciou que derrubará os monumentos erguidos durante o regime socialista.

"As causas de toda guerra devem ser buscadas antes de tudo nos erros cometidos nos tempos de paz, e suas raízes são encontradas na ideologia do confronto e do extremismo", disse Putin, durante a tradicional parada militar em comemoração ao Dia da Vitória na Grande Guerra Pátria - como é conhecida a guerra contra a Alemanha nazista na Rússia.

O chefe do Estado prestou uma homenagem aos mortos e veteranos da Grande Guerra Pátria, na qual morreram até 26,6 milhões de soviéticos, número que inclui as vítimas entre a população civil.

O Dia da Vitória é celebrado na Rússia em 9 de maio, e não no dia 8, como no resto da Europa, pois a capitulação da Alemanha aconteceu na noite do dia 8 de maio de 1945, quando na União Soviética, pela diferença de fuso horário, já era madrugada do dia 9.

Segundo o Ministério do Interior da Rússia, hoje em todo o país devem ocorrer 4.500 atividades, entre manifestações, desfiles e comícios, com uma participação estimada de entre 7,5 e 8 milhões de pessoas.

Para garantir a segurança e a ordem pública durante as comemorações, o Ministério mobilizou um total de 225 mil policiais em todo o território nacional. Mais mortes

O ministério russo da Defesa revisou para cima o saldo oficial de soldados soviéticos mortos durante a Segunda Guerra Mundial, a 8,86 milhões de pessoas, informa o jornal russo "Gazeta".

"Segundo os dados precisos, as perdas na União Soviética durante a grande guerra patriótica (como a Rússia chama a Segunda Guerra Mundial) de 1941 a 1945 representam 8.860.400 militares", informou o diretor do centro comemorativo das Forças Armadas russas, o general Alexandre Kiriline.

O novo número representa um aumento de 200.000 pessoas em relação ao balanço anterior divulgado pelo ministério russo da Defesa em 1993, segundo o jornal."Na URSS, o preço da vitória varia em função da situação política", comentou a Gazeta.

"Em 1946, Stalin havia calculado o número de mortes de civis e militares em sete milhões de pessoas. Esta cifra aumentou depois constantemente e alcançou 20 milhões na época de Nikita Kruschev e 27 milhões na época de Mikhail Gorbachov", lembra o jornal.

Em 1989, o Goskomstat (Comitê de Estado Soviético para as Estatísticas) e o Centro de Estudos de Problemas da População da Universidade Lomonosov publicou um estudo conjunto que calculava o total de perdas da URSS, militares e civis, em 26,6 milhões de pessoas.

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