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O presidente da Somália, Abdullahi Yusuf, renunciará nesta segunda-feira, em uma tentativa para encerrar a disputa interna no governo antes da saída das tropas aliadas da Etiópia do país. A informação foi dada neste domingo por Abdirashid Sed, um importante aliado de Yusuf.

Sed é a fonte mais graduada até agora a comentar os planos do presidente. Segundo ele, o presidente falará na segunda-feira em uma sessão especial do Parlamento, quando anunciará sua aposentadoria.

"Ele decidiu renunciar porque não quer ser visto como um obstáculo para a paz na Somália", afirmou Sed. "Ele quer dar a chance à geração mais jovem."

A posição do presidente está ameaçada desde que o Parlamento bloqueou, na semana passada, sua tentativa de demitir o primeiro-ministro, Nur Hassan Hussein. A disputa política afeta o já fraco governo, no poder há dois anos, após tropas etíopes atacarem uma administração islâmica que dominou boa parte do sul do país e da capital por seis meses.

Insurgentes islamitas reagiram e agora controlam boa parte do sul e do centro da Somália. A administração de Yusuf controla apenas porções da capital e algumas poucas outras cidades.

Os aliados etíopes se retirarão do país em alguns dias e o governo terá de confiar em suas próprias forças, mal pagas e indisciplinadas.

Hussein, que já trabalhou como funcionário do setor humanitário e tem ampla aprovação internacional, elogiou a iniciativa de se negociar com as facções que realizam uma guerra civil no país. Ele apoiou um acordo firmado com lideranças islâmicas moderadas criticado por Yusuf, um ex-senhor da guerra de um dos maiores clãs da Somália.

Alguns analistas esperam que a saída de Yusuf e dos etíopes leve a mais forte milícia islâmica, Al-Shabab, a negociar também. Porém outros notam o avanço desse grupo nos territórios, levando-o a ganhar força e assim à diminuição dos incentivos para negociar com o governo.

O Al-Shabab entrou em confronto com um grupo islâmico moderado neste domingo, em Dusamareeb, no centro somali, 480 quilômetros ao norte de Mogadiscio. A violência deixou dez mortos, segundo uma testemunha.

Outro confronto entre milícias rivais deixou cinco mortos no domingo em Galinsoor, também no centro do país. Já tropas etíopes mataram a tiros quatro civis após uma explosão perto de uma de suas bases, segundo um morador do sul de Mogadiscio.

Qualquer solução política também depende dos poderosos clãs de senhores da guerra e de empresários que lucram com o caos na Somália. O país não tem um governo de fato desde que o ditador Mohammed Siad Barre foi deposto, em 1991.

As informações são da Associated Press.

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