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O traficante de armas sírio Monzer al-Kassar, ligado ao ex-presidente argentino Carlos Menem, foi preso na Espanha a pedido dos Estados Unidos, sob a acusação de conspiração para vender à guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) entre oito e 10 milhões de dólares em armamentos.

Segundo representantes da Justiça americana, Monzer al-Kassar se dedica ao tráfico de armas desde 1970 e forneceu material bélico a grupos de vários países, inclusive do Brasil.

Al Kassar, que obteve a nacionalidade argentina devido a vínculos com o ex-presidente argentino filho de sírios, Carlos Menem (1989-99), também foi investigado pela justiça da Suíça e da Argentina, que em 2003 pediu seis anos de prisão efetiva contra ele pelo crime de falsificação de documento público.

Al Kassar também esteve envolvido na venda ilegal de armas à Croácia e ao Equador durante o governo Menem, violando, no primeiro caso, um embargo à venda de armas disposto pela ONU, e no segundo caso, ignorando o fato segundo o qual a Argentina era um dos países abonadores da paz na guerra não declarada entre o Equador e o Peru.

O procurador do distrito de Nova York, Michael Garcia, explicou em entrevista coletiva que a detenção de Kassar, na Espanha, foi o desenlace de uma operação lançada no ano passado pelos Estados Unidos com informantes da DEA, a agência antidrogas americana.

Segundo Garcia, os informantes da DEA "disseram a Kassar que queriam comprar essas armas para as Farc, explicando que elas serviriam para abater os helicópteros americanos na Colômbia".

De acordo com o procurador, o traficante sírio estava disposto a vender milhares de fuzis automáticos, munições, lança-foguetes e mísseis terra-ar, por um total que avaliou em 8 a 10 milhões de dólares.

Kassar, que tem a extradição é pedida pelos Estados Unidos, foi detido quinta-feira no aeroporto de Madri.

Foi anunciada logo depois a detenção na Romênia de dois de seus supostos cúmplices, o chileno Luis Felipe Moreno e o palestino Tarek Musa al-Ghazi.

Os três homens são acusados de conspiração para fornecer material bélico a uma organização terrorista e para matar cidadãos americanos, além de lavagem de dinheiro e de conspiração para adquirir um míssil antiaéreo. Eles podem ser condenados à prisão perpétua.

Em setembro de 2004, a Argentina se recusou a transmitir à Suíça informações sobre uma suposta venda ilegal de armas ao Equador e à Croácia, que teria sido autorizada por Menem apesar de um embargo das Nações Unidas.

"Hoje é um grande dia. Uma pessoa que era considerada intocável está agora na prisão", festejou Karen Tandy, uma alta representante da DEA.

De acordo com Michael Garcia, Kassar também teria oferecido 1.000 homens às Farc para treinar os guerrilheiros e ajudá-los a lutar contra o exército colombiano e os 200 agentes americanos mobilizados neste país desde a aplicação do Plano Colômbia, em 2000.

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