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Os detentos da prisão norte-americana da baía de Guantánamo (Cuba) viram fotos do ditador iraquiano Saddam Hussein pendurado pelo pescoço após ter sido executado, disse na quinta-feira o advogado do único australiano mantido ali.

Em uma manobra realizada supostamente para intimidar os detentos, segundo o advogado norte-americano de David Hicks, foram exibidas fotos do julgamento de Saddam junto com artigos sobre as execuções sumárias realizadas por extremistas.

``Apresentar fotos de homens condenados a pessoas que se deparam com a possibilidade de enfrentarem a pena capital só pode ser interpretado como uma tentativa de intimidar e instilar a submissão sob a ameaça de morte e de tortura mental feita dentro de uma população carcerária já vitimada por abusos'', disse Joshua Dratel, advogado de Hicks.

Um porta-voz de Alexander Downer, ministro das Relações Exteriores da Austrália, afirmou não saber se as acusações tinham fundamento, já que não haviam sido auferidas por uma autoridade australiana que visitou a prisão nesta semana.

``Essa é a primeira vez que ouvimos isso. O senhor Hicks não levou o assunto ao cônsul-geral quando ele teve essa chance. E os advogados dele tampouco nos contataram para que averiguássemos a questão junto aos norte-americanos'', disse o porta-voz.

``É muito difícil tentar verificar a acuidade de algumas das acusações se o próprio senhor Hicks não sente a necessidade de tratar desse assunto diretamente conosco.''

Segundo Dratel, fotos do julgamento de Saddam em 2006 haviam sido colocadas em um painel erguido no pátio de exercícios da prisão. Desse painel também constava a mensagem: ''Como Saddam optou por não colaborar e por não dizer a verdade, como ele pensou que, mentindo, conseguiria ser libertado, ele acabou sendo executado.''

Em declarações dadas antes de visitar Hicks na baía de Guantánamo para discutir as acusações a serem apresentadas contra o australiano enquanto não se esgota um prazo estipulado pela Austrália, Dratel disse que as fotos e os artigos violavam as Convenções de Genebra, as quais garantem a proteção dos prisioneiros de guerra.

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