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Teer㠖 O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que seu país vem pesquisando e testando centrífugas de nova geração, para o enriquecimento mais rápido e em maior quantidade de urânio. O anúncio ganhou destaque ontem nos Estados Unidos, nas páginas do New York Times.

A reportagem afirma que, se verdadeira, a utilização de centrífugas de tipo P-2 comprova que o Irã mantém um programa nuclear paralelo para a provável produção de urânio altamente enriquecido, matéria-prima para a bomba. Mas há também a possibilidade de, preocupado em manter o clima de patriotismo, o controvertido presidente ter superdimensionado suas revelações.

O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, disse ontem que, se verdadeira, a revelação do presidente Ahmadinejad dará margem a "sérias preocupações" e provará que aquele país "mais uma vez violou suas obrigações" internacionais. Estaria também inutilizado o argumento iraniano de que seu programa nuclear quer apenas produzir eletricidade.

Os serviços norte-americanos de inteligência suspeitavam que o Irã obteve o desenho para a construção dessas centrífugas a partir de meados dos anos 80, no mercado negro comandado pelo engenheiro paquistanês Abdul Qadeer Kahn, o "pai da bomba atômica" de seu país e também fornecedor da Coréia do Norte e da Líbia.

As centrífugas P-2 estão sendo pesquisadas fora das instalações nucleares de Natanz, que chegaram a ser abertas a inspetores internacionais. Oficialmente, o Irã relatou àquela agência que chegou a pesquisar sobre as centrífugas P-2 entre 2002 e 2003, mas que desde então se concentrou em máquinas mais simples, as P-1.

Robert Joseph, subsecretário de Estado para controle de armamentos dos EUA, disse que o Irã sempre foi nebuloso com relação a suas verdadeiras atividades. Mas foi esta a primeira vez que o país admitiu estar envolvido nessa pesquisa de ponta, afirmou.

O Irã não tem urânio para uma bomba, mas já disporia de ogivas nucleares que teria comprado da Ucrânia após o fim da União Soviética, segundo o iraniano Djalal Madani, presidente do banido Partido Social-Democrata. Ele afirma ainda que Teerã tem seis mísseis balísticos com alcance de dez mil quilômetros.

Os EUA consideram que o Irã está fabricando bomba atômica e que há motivos para a preparação de um ataque ao país. Por sua vez, Teerã afirma que precisa preparar sua defesa. Homens-bomba estariam sendo treinados para atacar alvos no ocidente. Cada parte culpa o lado oposto pelo tensão nuclear, que vem aumentando desde o ano passado.

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