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| Foto: Norberto Duarte/AFP

Bispo conservador diz que Igreja sabia de escândalos

O bispo Rogelio Livieres, um feroz crítico do presidente paraguaio, afirmou ontem que escândalos sexuais envolvendo Fernando Lugo eram conhecidos pela Igreja Católica.

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Uma semana após admitir ser o pai de um menino de quase dois anos concebido quando ainda era bispo, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, cancelou uma viagem aos EUA acossado por outra alegação de paternidade. "É prudente que o presidente esteja aqui’’, disse o ministro da Informação, Augusto dos Santos, admitindo o acirramento da crise política.

Os casos fomentam ataques ao presidente, cuja vitória em 2008 rompeu 61 anos de hegemonia do Partido Colorado, de direita. Para Víctor Dentella, editor de política do jornal paraguaio "Última Hora’’, o impacto da crise por hora é controlável. Mas isso, diz, pode mudar caso a perda de popularidade de Lugo, já registrada em pesquisas, se acentue.

"Lugo ainda conserva o apoio do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), de centro-direita, maior legenda governista’’, disse Dentella, ressalvado haver setores do partido alinhados ao vice-presidente, o liberal Federico Franco, aclamado ontem como "presidente’’ no comício de Lugo.

O vice-presidente não foi convidado a subir no palanque, durante o discurso no qual Lugo garantiu que a "mudança não será detida" e que "a democracia se manterá firme". "Não preciso subiu no palanque. O verdadeiro povo está aqui (no chão)", disse o vice-presidente, enquanto a multidão gritava: "Federico, presidente".

"Semeador"

Apelidado por humoristas de "semeador da pátria’’ e alvo de troças musicadas por não usar camisinha, Lugo, 57 anos, não comentou sua relação com Benigna Leguizamón, 27 anos, mãe do menino de seis anos apresentado à imprensa como seu filho.

Leguizamón recusou proposta do advogado de Lugo para que o exame de DNA seja feito extrajudicialmente: "Vou processar o desgraçado’’, disse a vendedora ambulante, que vive na periferia de Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil, e tem quatro filhos pequenos.

Lugo foi denunciado ontem por "estupro’’ ao Ministério Público pela senadora colorada Lilian Samaniego. Ele é suspeito de ter feito sexo com a mãe do bebê registrado na semana passada, Viviana Carrillo, 26, quando a moça tinha 16 anos.

A lei paraguaia proíbe relacionamentos sexuais entre adultos e menores de 17 anos.

No processo de reconhecimento de paternidade, mais tarde desautorizado por Carillo, os advogados da jovem afirmam que o envolvimento com o ex-bispo começou quando ela tinha 16 anos.

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Os escândalos sexuais comprometem a legitimidade de Lugo como presidente?

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