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impasse nuclear

Pressão força Irã a negociar

Sanções da União Europeia vão além das aprovadas pela ONU e atingem bancos e seguradoras

Amorim (esquerda) com os chanceleres turco, Ahmet Davutoglu, e iraniano, Manouchehr Mottaki: Brasil foi protagonista de acordo | Tolga Bozoglu/AFP
Amorim (esquerda) com os chanceleres turco, Ahmet Davutoglu, e iraniano, Manouchehr Mottaki: Brasil foi protagonista de acordo (Foto: Tolga Bozoglu/AFP)

O Irã anunciou inesperadamente, ontem, estar preparado para retomar as negociações sobre a troca de combustível nuclear – mediadas por Brasil e Turquia –, pouco depois de a União Europeia (UE) aprovar sanções mais duras contra o país, incluindo uma iniciativa para bloquear investimentos no setor de petróleo e gás.

O anúncio ocorreu após os ministros das Relações Exteriores da UE aprovarem uma série de restrições adicionais ao Irã, indo bem além das sanções aprovadas pela Organização das Nações Uni­­das (ONU) no mês passado, in­­clu­­indo medidas para bloquear a negociação com bancos e seguradoras iranianas (veja box ao lado).

Pouco depois, o Irã anunciou estar pronto para retomar as ne­­gociações sobre a troca de combustível nuclear "sem condições", de acordo com a agência oficial de notícias Irna. Comentando uma carta apresentada pelo Irã à Agên­­cia Internacional de Energia Atô­­mica (AIEA), o enviado do Irã à agência da ONU, Ali Asghar Sol­­tanieh, afirmou que "a mensagem clara desta carta é a completa prontidão do Irã para manter negociações sobre o combustível para o reator de Teerã sem nenhuma condição".

O anúncio parecia ser uma iniciativa do país persa de mostrar disposição para negociar, já que uma série de sanções da ONU, da UE e dos EUA intensificam a pressão sobre o Irã. Não estava claro, porém, se a oferta para negociação da troca de combustível seria o suficiente para aplacar as potências mundiais. "Este é o momento [para os adversários do Irã] provarem que também estão determinados a vir da confrontação e da ne­­gociação e conversar", disse Sol­­tanieh à iraniana Press TV, e prosseguiu para mostrar o descontentamento do Irã com as no­­vas sanções. "Tendo dito is­­so, é de­­cepcionante que haja notícias so­­bre os gestos negativos destrutivos que colocam em risco o ambiente propício", acrescentou ele.

Em Jerusalém, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse que quem sofre com as sanções é o povo iraniano.

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