
O Irã anunciou inesperadamente, ontem, estar preparado para retomar as negociações sobre a troca de combustível nuclear mediadas por Brasil e Turquia , pouco depois de a União Europeia (UE) aprovar sanções mais duras contra o país, incluindo uma iniciativa para bloquear investimentos no setor de petróleo e gás.
O anúncio ocorreu após os ministros das Relações Exteriores da UE aprovarem uma série de restrições adicionais ao Irã, indo bem além das sanções aprovadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) no mês passado, incluindo medidas para bloquear a negociação com bancos e seguradoras iranianas (veja box ao lado).
Pouco depois, o Irã anunciou estar pronto para retomar as negociações sobre a troca de combustível nuclear "sem condições", de acordo com a agência oficial de notícias Irna. Comentando uma carta apresentada pelo Irã à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o enviado do Irã à agência da ONU, Ali Asghar Soltanieh, afirmou que "a mensagem clara desta carta é a completa prontidão do Irã para manter negociações sobre o combustível para o reator de Teerã sem nenhuma condição".
O anúncio parecia ser uma iniciativa do país persa de mostrar disposição para negociar, já que uma série de sanções da ONU, da UE e dos EUA intensificam a pressão sobre o Irã. Não estava claro, porém, se a oferta para negociação da troca de combustível seria o suficiente para aplacar as potências mundiais. "Este é o momento [para os adversários do Irã] provarem que também estão determinados a vir da confrontação e da negociação e conversar", disse Soltanieh à iraniana Press TV, e prosseguiu para mostrar o descontentamento do Irã com as novas sanções. "Tendo dito isso, é decepcionante que haja notícias sobre os gestos negativos destrutivos que colocam em risco o ambiente propício", acrescentou ele.
Em Jerusalém, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse que quem sofre com as sanções é o povo iraniano.



