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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma sessão de votação no Parlamento, nesta segunda
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma sessão de votação no Parlamento, nesta segunda| Foto: EFE/ABIR SULTAN

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta segunda-feira (27) que vai interromper temporariamente o controverso projeto de lei de reforma judicial. A ideia é tentar chegar a um consenso com a oposição, diante da agitação social generalizada, que tem provocado os maiores protestos da história do país, além de greves de diversas categorias.

"Por responsabilidade nacional, decidi suspender a segunda e terceira leituras da lei (de eleição de juízes) nesta sessão do Knesset (Parlamento Israelense) para dar tempo de tentar chegar a um amplo acordo, em preparação para a legislação durante a próxima sessão parlamentar", disse Netanyahu, em uma mensagem transmitida pela televisão, sem abandonar completamente o projeto, que ele espera que vá adiante nos próximos meses.

O Parlamento Israelense ficará em recesso durante todo o mês de abril, devido ao Pessach ("Páscoa judaica"), e o governo se deu um prazo até o recesso de verão (no hemisfério norte), em julho, para fazer os ajustes necessários à reforma, encarada pela oposição e por amplos setores da sociedade como uma ameaça à democracia, por minar a independência do Judiciário.

O primeiro-ministro reuniu-se ao longo desta segunda-feira com seus parceiros de coalizão no governo, com os quais concordou em adiar a aprovação das leis que compõem a reforma judicial até depois do recesso. O adiamento inclui o projeto de lei sobre a eleição de juízes (que dá ao governo controle quase total sobre o comitê de seleção), que estava agendado para aprovação até o fim desta semana.

Pela primeira vez em três meses, Netanyahu disse estar disposto a negociar com a oposição, sem impor o plano do governo ao Parlamento. "Insistimos na necessidade de fazer as correções necessárias no sistema judicial e daremos a oportunidade de alcançar um amplo consenso", disse o primeiro-ministro, réu em três julgamentos sob acusação de corrupção.

Na noite de domingo (26), Netanyahu demitiu o ministro da Defesa, Yoav Gallant, depois que ele se pronunciou publicamente a favor da suspensão da reforma diante da agitação social no país. Mihares de reservistas se recusam a servir, o que ele disse representar um "perigo real e iminente para a segurança de Israel".

A reação foi um recorde de 650 mil israelenses indo às ruas do país na noite do domingo, especialmente em Tel Aviv, em protestos improvisados que foram rapidamente convocados nas redes sociais. Na segunda, uma greve geral foi convocada pelo Sindicato Geral dos Trabalhadores, o principal de Israel, com a adesão de universidades, bancos, a companhia de energia elétrica nacional, redes de restaurantes, prefeituras e hospitais.

Além disso, grupos contrários à reforma já anunciaram que não ficaram satisfeitos com o adiamento do processo e vão continuar com os protestos até que a reforma seja cancelada e uma nova proposta em acordo com a oposição seja apresentada.

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