Préval é o favorito em boca-de-urna

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Porto Príncipe (AFP/AE/ AP) – O ex-presidente René Préval lidera as eleições presidenciais no Haiti em diversos colégios eleitorais na capital, Porto Príncipe, de acordo com as pesquisas de boca-de-urna realizadas ontem, no dia seguinte à votação. Depois de ser adiada quatro vezes em menos de um ano, a eleição terminou na noite de terça para quarta-feira, após um início difícil, marcado pela desorganização e confusão, que deixaram quatro mortos e pelo menos 40 feridos. A apuração começou em seguida, à luz de velas em alguns lugares. Ao todo, 27.633 cédulas de voto devem ser recuperadas por helicópteros, carros ou nas costas de mulas e levadas escoltadas para um centro de contabilização eletrônica em Porto Príncipe. Esta operação deve durar vários dias.

O favorito, que foi chefe de Estado de 1996 à 2001, obtém 93% dos votos em Cité Soleil. Esta grande favela ficou do lado do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, aliado durante muito tempo de René Préval. No bairro de classe média de Pétion-Ville, Préval aparece com 70% dos votos, de acordo com resultados não confirmados pelo Conselho Eleitoral Provisório (CEP).

Se René Préval obtiver mais de 50% dos votos, um segundo turno não será necessário.

Nenhum ato de violência política foi registrado durante as eleições, ao contrário do que se temia que pudesse ocorrer neste pequeno país, vítima de 30 anos de ditadura, seguidos de 20 anos de crises entrecortadas por golpes de Estado. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, felicitou ontem os eleitores haitianos que "votaram em grande número" e sem violência.

Apenas os mapas de votação foram enviados para o centro apuração no Sonapi, complexo industrial em Porto Príncipe, para a soma final dos resultados. Até ontem à noite, não se sabia ainda se o Conselho Eleitoral Provisório (CEP) divulgaria resultados parciais. Os resultados deverão sair até a noite de sexta-feira ou manhã de sábado. Houve anulação de votos de algumas seções, por fraude eleitoral, mas nada em proporção assustadora, como em eleições passadas.