Primeiro-ministro acusa militares de darem golpe de Estado no Lesoto

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O primeiro-ministro do Lesoto, Thomas Thabane, afirmou neste sábado (30) que é vítima de um golpe depois que tropas do Exército cercaram alguns dos principais prédios estatais do país, um enclave no sudeste da África do Sul.

O comando militar nega que tenha a intenção de derrubá-lo. No início da madrugada (noite de sexta no Brasil), centenas de soldados ocuparam o quartel-general da polícia e a principal rádio estatal do país, ambos na capital Maseru.

As tropas também cercaram a residência do primeiro-ministro e houve tiroteios em três momentos durante a manhã. Na África do Sul, para onde viajou após a ação militar, o chefe de governo disse que foi obrigado a deixar o Lesoto.

"É um golpe militar porque foi liderado pelos militares, que estão agindo sem instruções do comandante em chefe, que sou eu. Só volto se eu não estiver em perigo", disse, ao canal de televisão sul-africano ENCA.

Ele afirma que gostaria de se encontrar com líderes da África do Sul para discutir a crise, que ocorre depois de dois anos de tensão entre grupos rivais. Em junho, Thabane suspendeu o Parlamento após ser rejeitado em um voto de confiança.

Diplomatas afirmam que o Exército é mais leal ao vice-primeiro-ministro, Mothetjoa Metsing, que pretende formar um grupo político para derrubar o governo. Os militares negam o golpe e dizem que mobilizaram o Exército para evitar que policiais dessem armas a um grupo político.

Desde a independência, em 1966, o Lesoto passou por diversos golpes militares. Em 1998, 58 lesotos e oito sul-africanos morreram e áreas de Maseru foram destruídas durante um conflito armado provocado por uma crise política.