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O primeiro-ministro tunisiano, Habib Essid, confirmou nesta segunda-feira (23) a demissão dos chefes da polícia da capital Túnis, após as falhas que permitiram a realização do ataque jihadista que terminou com a morte de 21 pessoas, além de dois terroristas, no bairro de Le Bardo. Em entrevista à imprensa local, Mofdi Emssed, porta-voz do escritório de Essid, afirmou que também foram substituídos o responsável da Segurança Turística e o chefe da Brigada de Inteligência, junto a outros dois altos cargos dos serviços de segurança.

A demissão dos chefes de polícia já tinha sido anunciada no sábado, em comunicado emitido pelo Ministério do Interior, no qual era informada a destituição de dez responsáveis de segurança da cidade, além do responsável de Fronteiras e Estrangeiros. O próprio Essid, que foi alto cargo do Ministério do Interior durante a ditadura do derrubado Zine El Abidine Ben Ali, visitou o local do massacre no domingo para ver pessoalmente as falhas de segurança atribuídas às forças tunisianas.

O massacre ocorreu na quarta-feira (18), quando um jovem de aproximadamente 20 anos atirou contra um ônibus no estacionamento do Museu do Bardo, no qual viajavam cerca de 40 turistas. Sete pessoas morreram no primeiro ataque. Depois, o terrorista e seus comparsas entraram no museu, o mais importante de Túnis, e fizeram reféns antes de serem alvos de tiros da polícia, ato em que morreram mais 13 turistas e uma tunisiana.

A divulgação de um vídeo no domingo, em que era possível observar três homens armados no interior do museu, obrigou as autoridades tunisianas a admitirem que um dos terroristas tinha conseguido fugir. Esse erro que é somado a uma longa sequência de falhas. A polícia já tinha fichado um dos terroristas quando retornou de forma clandestina da Líbia, em dezembro, mas não o prendeu por não considerá-lo perigoso.

Segundo as forças de segurança, desde o ataque foram detidas 20 pessoas, quatro delas por suposta participação nos incidentes e o resto por suposto envolvimento com a logística dos terroristas. Indícios apontam que o foragido se chama Maher Ben Muldi Gaidi, que já é alvo de um mandado de busca e captura como “suposto envolvido”, segundo o Ministério do Interior tunisiano.

Os dois terroristas mortos foram identificados como Yassine al Abidi e Hatem al Jachnaui, aparentemente membros de uma célula até então desconhecida do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) em Túnis, que reivindicou o massacre.

O pai de um deles revelou na quarta-feira que não tinha notícias sobre o paradeiro do filho há três meses, apenas sabia que ele tinha viajado para se juntar ao EI na Síria e no Iraque. O Ministério do Interior abriu uma investigação para esclarecer por que os seguranças do museu e do Parlamento, que fica próximo ao local do incidente, não estavam a postos no momento do ataque.

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