O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, renunciou ao cargo nesta terça-feira (7), após ser alvo de investigação por possível prevaricação, corrupção ativa e passiva e tráfico de influência em negócios de lítio e hidrogênio, embora tenha negado envolvimento no caso.
"Nestas circunstâncias, obviamente, apresentei minha renúncia à Vossa Excelência, o presidente da República", afirmou o socialista em discurso televisionado, no qual destacou que o cargo de primeiro-ministro não é compatível com a "suspeita da prática de qualquer ato criminoso".
A residência oficial do premiê foi um dos mais de 40 locais inspecionados pela polícia em uma operação conjunta com o Ministério Público.
As inspeções também se estenderam aos ministérios da Infraestrutura e do Meio Ambiente e resultaram em várias detenções. Entre os presos estão o chefe de gabinete de Costa, Vítor Escária, um consultor de Costa, Lacerda Machado, e o prefeito de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, de acordo com o portal de notícias Público.
As mesmas fontes informaram que o ministro do Meio Ambiente, Duarto Cordeiro, e o ministro das Infraestruturas, João Galamba, assim como o ex-ministro do Meio Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, foram declarados suspeitos formais no caso.
O episódio envolve projetos de mineração de lítio em Montalegre, no norte de Portugal, por possíveis favores concedidos pelo governo português a empresas.
Segundo o premiê, seu pedido de renúncia foi aceito pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. "Encerro com a cabeça erguida e a consciência tranquila. Não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito ou sequer de qualquer ato censurado", afirmou Costa em um pronunciamento após a decisão.
Apoiador de Lula
O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, manifestou apoio a Lula no ano passado para o segundo turno eleitoral no Brasil.
À época, Costa gravou um vídeo em que declarou apoio ao petista contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na gravação, o premiê afirmou ter “saudade das relações de proximidade com o país” e disse ainda que o mundo precisa de um Brasil que participe das "grandes causas da humanidade". (Com agência EFE)
Deixe sua opinião