• Carregando...

A mesquita de Al Azhar, principal instituição do islamismo sunita, pregou na noite de terça-feira (4) que os integrantes do Estado Islâmico devem ser assassinados, crucificados ou ter as mãos e os pés cortados.

O comunicado foi uma reação à morte do piloto jordaniano Muath al-Kaseasbeh, queimado vivo pela milícia radical. O vídeo do assassinato foi divulgado na terça, mas, segundo autoridades jordanianas, a morte teria ocorrido em 3 de janeiro.

A ação foi condenada com dureza pelo grande imã (líder religioso) da mesquita, xeque Ahmed al-Tayeb, para quem os autores devem ser punidos de acordo com o que prega o Alcorão, livro sagrado do islamismo.

"O castigo previsto no Alcorão para estes agressores corruptos que combatem contra Deus e seu profeta [Maomé]: a morte, a crucificação ou a amputação de mãos e pés".

Segundo Tayeb, o islamismo proíbe o assassinato de inocentes, assim como queimar pessoas, mesmo durante guerra contra um inimigo agressor. Ele ainda pediu que a comunidade internacional combata contra a milícia para dar fim "a estes atos bárbaros que nem Deus nem o profeta aceitam".

O Estado Islâmico segue uma interpretação radical do islamismo sunita, assim como outras milícias radicais e a rede terrorista Al Qaeda. Em fóruns na internet, seguidores dizem que foi aplicada a lei de Talião, a do "olho por olho, dente por dente".

Para eles, a morte do piloto queimado vivo é uma resposta à forma como geralmente são mortos os membros da milícia radical em bombardeios, como os da coalizão liderada pelos Estados Unidos para tentar acabar com a facção.

Muath al-Kaseasbeh foi capturado por militantes do Estado Islâmico quando o caça F-16 da Força Aérea jordaniana que pilotava caiu na província de Raqqa, região da Síria que é o bastião da milícia no país árabe.

Reações

Além da mesquita de Al Azhar, países e instituições do Oriente Médio se manifestaram contra a morte do piloto pelo Estado Islâmico e prestaram condolências à família da vítima e às autoridades jordanianas.

O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Araby, chamou a morte de "crime atroz". Para ele, o assassinato contradiz qualquer norma internacional e religiosa e devolve a Humanidade a épocas anteriores à Idade Média.

Ele também lamentou a passividade do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e da comunidade internacional que, segundo ele, não cumpriram suas responsabilidades para enfrentar a milícia.

O regime sírio, a quem a Jordânia é contrária, também se manifestou, pedindo que as autoridades jordanianas os ajudem a combater o Estado Islâmico e outros grupos terroristas, como a Frente al-Nusra, vinculada à Al Qaeda.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]