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O príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, e sua esposa, Camilla, agradeceram na segunda-feira o Paquistão por seus esforços no combate ao terrorismo, no início de uma visita destinada a promover a boa-vontade em um país onde a maioria dos muçulmanos da Grã-Bretanha tem parentes.

Charles e Camilla chegaram na noite de segunda-feira ao Paquistão, para cinco dias de "diplomacia suave", no dizer das autoridades britânicas. O casal se reuniu com o presidente Pervez Musharraf e com o primeiro-ministro Shaukat Aziz.

"O governo britânico e sua gente apreciam os passos tomados pelo Paquistão para conter o extremismo e o terrorismo", disse o príncipe a Musharraf, segundo um diplomata britânico.

Em agosto, a ajuda paquistanesa foi essencial para desbaratar um plano terrorista para explodir aviões no percurso entre Londres e os EUA.

Questões de segurança devem limitar o contato dos duques da Cornualha com os paquistaneses comuns, apesar de o casal ter declarado a intenção de conhecer diferentes aspectos da vida do país, onde quase 750 mil muçulmanos da Grã-Bretanha têm parentes.

A conselho das autoridades locais, o casal cancelou uma visita na terça-feira à cidade de Peshawar, porque na segunda-feira o governo bombardeou uma madrasa (escola religiosa islâmica) em outra região do país.

Charles e Camilla pretendiam visitar uma madrasa de Peshawar. No ataque de segunda-feira, um helicóptero do Exército matou até 80 pessoas em uma madrasa dirigida por um clérigo militante ligado à Al Qaeda na região tribal de Bajaur, na fronteira com o Afeganistão. O incidente irritou os partidos islâmicos antiocidentais que comandam a região.

Embora as madrasas paquistanesas tenham a reputação de serem locais de recrutamento para militantes, a maioria delas fornece educação básica, moradia e alimentação a filhos de famílias pobres.

Autoridades paquistanesas disseram que uma delegação britânica enviada para preparar a visita do casal havia citado o caso de um britânico de origem paquistanesa que, condenado à morte, aguarda a execução em Rawalpindi, cidade vizinha a Islamabad. Aparentemente, porém, o príncipe não mencionou o assunto durante sua reunião com Musharraf e Aziz.

Mirza Tahir Hussain, 36, está preso desde 1988 sob a acusação de ter matado um taxista em Islamabad. Inicialmente ele foi absolvido, mas um tribunal islâmico o condenou à forca em 1998.

Hussain disse que o taxista puxou uma arma ao tentar violentá-lo sexualmente. A arma teria disparado durante a briga que se seguiu, matando o taxista.

O réu já esgotou as possibilidades de recurso, e Musharraf rejeitou um pedido anterior de perdão. O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, discutiu o caso com Musharraf em Londres há um mês.

Autoridades disseram que o governo paquistanês estuda uma forma de conceder a clemência, mas não quer dar a impressão de que age sob pressão.

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