Raio x
Myanmar tornou-se independente do Reino Unido em 1948.
População: 53 milhões de habitantes
Religião: 89% budista
PIB: US$ 57,5 bilhões
PIB per capita: US$ 1.100
Pobreza (2007): 32,7%
IDH: 0,451(132º; Brasil é 73º, com 0,699)
Fonte: CIA World FactBook
Sem liberdade
Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, líder pró-democracia em Mianmar, ficou 16 anos no cárcere.
1989 Aung San Suu Kyi é presa para não participar das eleições gerais realizadas um ano depois.
1990 Partido Liga Nacional pela Democracia (LND), de Suu Kyi, vence pleito, mas é impedido de assumir.
1991 Suu Kyi, ainda presa, recebe o Prêmio Nobel da Paz; ativista seria solta quatro anos depois.
2000 Suu Kyi é presa novamente, sendo libertada após dois anos em meio a pressões da ONU.
2003 A ativista é colocada mais uma vez sob prisão domiciliar.
2007 Maior protesto opositor desde 1988, liderado por monges budistas e com até 300 mil pessoas, é duramente reprimido.
2008 Suu Kyi é condenada a mais 18 meses de detenção após americano invadir sua casa, onde cumpre prisão domiciliar.
2010 Primeiras eleições gerais em 20 anos dão vitória esmagadora ao partido governista; críticas apontam fraude.
Fonte: Folhapress.
Yangum - Expira hoje oficialmente a prisão domiciliar da vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1991, Aung San Suu Kyi. Principal oposicionista e líder pró-democracia de Mianmar, ela passou 16 dos últimos 21 anos presa.
Fortes rumores de que a ativista poderia ser solta ontem levaram centenas de partidários até a casa dela, em Yangum, maior cidade do país localizado no Sudeste Asiático. Cerca de outros 400 simpatizantes se reuniram em frente à sede do partido dela, muitos com cartazes com a foto de Suu Kyi. A polícia acompanhou a mobilização de perto, mas não houve confrontos.
A maioria dos ativistas vestia camisetas com o lema: "We stand with Aung San Suu Kyi" (Nós estamos com Aung San Suu Kyi, em tradução livre), pois a lei birmanesa proíbe a exibição da sigla da LND após o partido ter sido dissolvido, há alguns meses.
Segundo um aliado da ativista, a autorização para sua soltura já havia sido assinada pelo general Than Shwe, chefe desde 92 do regime militar que governa Mianmar.
E, de acordo com o jornal britânico Guardian, a líder poderia ter deixado a prisão domiciliar ontem, mas preferiu aguardar a expiração da sua pena e negociar as condições da aguardada soltura.
Relatos dão conta de que Suu Kyi não aceitou ser libertada sob a condição de não viajar a algumas regiões de Mianmar nem sob veto de contatos com partidários.
A expiração da sua sentença tampouco é uma garantia de que ela seria solta, já que o regime de Mianmar tem recorrido a uma série de pretextos para manter a líder oposicionista detida.
Da última vez, em 2008, Suu Kyi foi condenada a 18 meses a mais de prisão domiciliar por "abrigar um ativista americano que chegou até a sua casa nadando pelo lago em que ela está localizada.
Para o analista de Mianmar da ONG Human Rights Watch, David Mathieson, a indefinição é "a natureza de Than Shwe e seu regime.
"O governo não sabe [se ela será libertada], o seu partido não sabe e os especialistas não sabem. Ninguém sabe nada a mais do que o outro. Sabemos que a prisão domiciliar acaba no sábado. O resto é especulação.
Eleições
Os boatos da libertação surgiram apenas dias após as primeiras eleições gerais no país em 20 anos, realizadas no último domingo.
Segundo o regime, o pleito deu esmagadora vitória ao partido governista, mas críticos apontaram fraude generalizada.
A eleição foi boicotada pelo partido da ativista, o que levou o regime a dissolvê-lo.
A possível soltura de Suu Kyi é vista como uma tentativa do governo mianmarense de conquistar alguma legitimidade internacional sem no entanto correr o risco de enfrentar uma onda de protestos liderados por ela uma vez que o pleito já terminou.
Suu Kyi foi presa pela primeira vez em 1989, um ano antes da realização das eleições gerais que seriam vencidas por seu partido. Em 1991 recebeu o Nobel da Paz. Solta em 1995, foi presa novamente em 2000 e depois em 2003.
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