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Tóquio - Os problemas que afetarão o Japão após o terremoto e o tsunami devem ter repercussões na Ásia nas próximas semanas, complicando mais o quadro econômico da região num momento em que os países já sofrem com os preços mais altos do petróleo e dos alimentos, afirma The Wall Street Journal.

No geral, a Ásia ainda deve apresentar crescimento vigoroso este ano, com estimativas de expansão de 7,5% a 8% do Pro­­duto Interno Bruto (PIB) excluindo o Japão. Mas os economistas já estão prevendo que o crescimento vai desacelerar em relação ao ano passado, quando o aumento do PIB regional superou 9% numa recuperação da crise financeira global, com os bancos centrais aumentando os juros e os consumidores começando a conter os gastos para combater a inflação mais alta.

O desastre no Japão adicionou mais uma série de incertezas ao quadro, pelo menos no curto prazo.

Infraestrutura

O terremoto de sexta-feira dizimou infraestrutura vital em partes do Japão e pode deixar muitas indústrias sem fonte confiável de energia por semanas, colocando em risco cadeias de alguns dos maiores exportadores da Ásia. Produtoras de aço, papel e eletrônicos estão entre as empresas que seguiam fechadas até ontem.

"Portos estão fechados e en­­tregas foram interrompidas, especialmente no setor elétrico - os contêineres estão parados nos portos", disse Fu Wing Hoong, presidente da Asso­ciação de Eletroeletrônicos da Malásia, que é um grande produtor de componentes eletrônicos in­­cluindo alguns que dependem de partes feitas no Japão.

Reconstrução

Economistas disseram que a boa notícia é que os pesados gastos em projetos de reconstrução podem eventualmente ajudar a restaurar a economia do Japão, o que, por sua vez, pode resultar numa forte alta da demanda por alguns produtos asiáticos tais como madeira e outras commodities. Mas nenhuma recuperação é esperada até a parte final do ano, com uma sensível desaceleração - ou possivelmente mes­­mo uma contração – esperado para o próximo trimestre ou os próximos dois trimestres.

Comércio

O comércio entre o Japão e outros países asiáticos pode cair drasticamente no curto prazo, disse Tim Condon, economista para Ásia do ING em Cingapura. Combinado com outros problemas tais como inflação, isso significa que "a próxima rodada de revisões das estimativas de crescimento na Ásia será para baixo", disse.

O Japão continua sendo parte crítica da economia regional apesar de ter perdido recentemente para a China seu lugar como segunda maior economia do mundo, depois dos EUA.

É a maior fonte de investimento estrangeiro direto em algumas partes da Ásia e um gerador importante de receita turística, especialmente para países como Tailândia, que recebe cerca de um milhão de visitantes japoneses por ano.

É uma grande fonte de remessa de recursos para locais como Filipinas, que têm mais de 200 mil de seus cidadãos trabalhando no Japão, incluindo milhares nas áreas mais atingidas pelo terremoto e o tsunami.

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