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Andreas Lubitz, copiloto que derrubou deliberadamente aeronave com 150 pessoas a bordo | STRINGER/REUTERS
Andreas Lubitz, copiloto que derrubou deliberadamente aeronave com 150 pessoas a bordo| Foto: STRINGER/REUTERS

O promotor de Marseille, Brice Robin, disse nesta quinta-feira (11) que o copiloto alemão Andreas Lubitz, que derrubou um avião da Germanwings com 150 pessoas a bordo nos Alpes franceses em 24 de março, temia perder a visão.

Em entrevista em Paris, o responsável pelas investigações da queda do Airbus A320 disse que o copiloto consultou sete médicos diferentes no mês antes da tragédia, incluindo três visitas a psiquiatras.

O motivo eram os apagões, flashes e visões duplas que ele sofria com frequência, que afetariam sua capacidade de pilotar. Lubitz, porém, não tinha nenhum problema oftalmológico que provocasse as mudanças na visão.

Segundo Robin, os médicos diagnosticaram o copiloto como psicologicamente instável, sendo que outros consideraram incapaz de pilotar. A informação, porém, não foi relatada às autoridades devido ao sigilo médico.

Assim como em outros países, a quebra do sigilo médico na Alemanha é punida com prisão, a não ser que haja provas de que ele tenha a intenção de cometer algum crime grave ou causar dano a si próprio.

O Grupo Lufthansa, do qual a Germanwings é subsidiária, disse na época do acidente que Lubitz foi afastado em 2009 para tratar uma depressão, mas que voltou aos quadros da empresa após ser aprovado em todos os exames médicos.

Responsabilidade

O promotor confirmou que o piloto derrubou o avião de forma deliberada, trancando a cabine e impedindo a entrada do copiloto. Para ele, a dificuldade será determinar quem mais poderá ser responsabilizado pela tragédia.

Robin disse que será aberta uma investigação para apurar se houve falhas de procedimentos da Germanwings ou de alguma pessoa que levaram o piloto a voar mesmo com problemas mentais.

O advogado Peter Kortas, que representa 34 das 150 vítimas, disse que as negociações com a companhia começaram há duas semanas, mas que agora as famílias estão mais preocupadas com o enterro dos corpos dos passageiros.

“Há dois pontos nestas negociações: o primeiro é a perda material pelos danos materiais e o segundo são os danos provocados pelo sofrimento e a dor dos familiares”, disse, sobre as indenizações.

Os primeiros corpos deverão ser enterrados nesta sexta (12) na Alemanha, de onde vinham 44 passageiros. Os restos mortais das outras vítimas serão enviados aos outros países de origem até o final do mês.

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