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O líder da oposição e declarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, durante sessão da Assembleia Nacional |  YURI CORTEZ / AFP
O líder da oposição e declarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, durante sessão da Assembleia Nacional| Foto:  YURI CORTEZ / AFP

O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, afirmou nesta terça-feira (29) que pediu à Suprema Corte (que é pró-Maduro) a abertura de uma investigação preliminar contra o líder da oposição, Juan Guaidó.

Ele também solicitou que Guaidó seja proibido de sair do país e tenha suas contas bancárias e bens bloqueados.

"Pedimos essas medidas preventivas contra Guaidó, enquanto compilamos elementos para impedir os eventos que desde 22 de janeiro perturbam a paz da República", disse o promotor Tarek Saab em entrevista coletiva.

Após saber da medida, Guaidó disse não se surpreender com as decisões de Saab por considerar que fazem parte da cadeia de “ameaças” contra ele e o parlamento de maioria opositora, que ele preside. 

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"Não estou subestimando uma ameaça de prisão”, disse. “Com muita responsabilidade, digo a vocês que ‘nada de novo debaixo do sol”. Lamentavelmente, é um regime que não dá resposta ao povo venezuelano, a única resposta é a perseguição, repressão”, afirmou, na entrada da sede do Legislativo. 

"Mais do que uma nova ameaça à minha pessoa, a este Parlamento, à presidência a cargo da República, não há nada de novo. Eu insisto, não subestimamos as ameaças, a perseguição, mas estamos aqui, vamos continuar a exercer os poderes", acrescentou. 

O líder da oposição deve liderar uma sessão em que o Congresso irá discutir o quadro legal para um governo de transição e "eleições livres", que Maduro denunciou como parte de um golpe de Estado liderado pelos Estados Unidos.

Novas sanções

O pedido do procurador-geral foi feito um dia após o anúncio de sanções impostas pelos Estados Unidos contra a empresa estatal de petróleo da Venezuela. Com a decisão, todo dinheiro obtido com a compra da commoditty pelos Estados Unidos irá para contas bloqueadas que só poderão ser sacadas quando "um governo democraticamente eleito estiver no controle da Venezuela”, segundo o secretário do Tesouro Steve Mnuchin.

O governo americano informou que serão bloqueados US$ 7 bilhões em ativos e que US$ 11 bilhões em exportações devem ser perdidos pela Venezuela, com as sanções. O esforço dos EUA tem o objetivo de transferir o controle da PDVSA de Maduro para a oposição. O Departamento do Tesouro disse que o dinheiro iria para um fundo que poderia ser acessado por um governo de transição comandado por Guaidó.

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Na terça-feira (22), o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, também passou para Guaidó o controle de algumas contas do governo venezuelano no Federal Reserve Bank de Nova Iorque.

Esta semana tem sido tensa na Venezuela. As manifestações populares têm sido recebidas com repressão do regime de Maduro. Segundo a ONU, mais de 850 pessoas foram presas e 40 morreram em uma semana durante os protestos. Novas manifestações estão programadas para esta semana.

Os venezuelanos buscam desesperadamente uma mudança, enquanto enfrentam uma hiperinflação que deixou a economia em colapso, escassez de medicamentos e de alimentos. No entanto, muitos temem que sanções americanas podem piorar a situação que já é dramática, no curto prazo.

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