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A Procuradoria Geral egípcia apresentou nesta quarta-feira (04) provas de que o ex-presidente Hosni Mubarak instigou o massacre de manifestantes durante a revolução e que o uso da violência procedeu da Polícia, em uma nova sessão do julgamento contra o ex-presidente.

O representante da Procuradoria, Mustafa Suleiman, disse durante a sessão que o Ministério Público confirmou que Mubarak, o ex-ministro do Interior, Habib al Adli e seus assessores instigaram e participaram do assassinato de manifestantes durante os protestos que derrubaram o então presidente no último dia 11 de fevereiro.

Entre as provas apresentadas, a Procuradoria aponta que os acusados ofereceram armas aos oficiais e soldados da Polícia para matar os manifestantes e aterrorizar os participantes dos protestos, segundo a agência oficial de notícias "Mena".

Um dos advogados da acusação, Ashraf Atwa, disse à Agência Efe que "a sessão desta quarta-feira foi uma grande surpresa para o povo egípcio, já que a Procuradoria apresentou provas fortes contra os acusados, das quais não se pode duvidar".

Mubarak, de 83 anos, está sendo processado junto de seu ex-ministro do Interior Habib al Adly e seis de seus ajudantes pelo suposto envolvimento na morte de centenas de manifestantes que saíram às ruas desde 25 de janeiro para pedir a saída do então presidente.

Atwa detalhou à Efe que uma das provas apresentadas foi um vídeo com trechos de diferentes meios de comunicação ocidentais que mostra policiais disparando contra os manifestantes e os atropelando com veículos militares.

Outras provas confirmam que as manifestações foram pacíficas e que os ferimentos sofridos por muitos revolucionários foram causados por armas e gás lacrimogêneo, o que demonstra o uso da violência pelos policiais.

De acordo com Atwa, a Promotoria se queixou nesta quarta-feira que os diferentes departamentos do Estado não cooperaram durante as investigações e no período de recolhimento de informações sobre o que ocorreu na revolução.

O tribunal decidiu continuar nesta quinta-feira o julgamento, chamado no Egito de "o processo do século", em uma sessão na qual serão tratadas ainda as acusações relacionadas aos supostos casos de corrupção cometidos pelo antigo regime.

Mubarak é julgado também pelo suposto delito de corrupção, no qual divide o banco dos réus com seus filhos, Gamal e Alaa.

O julgamento estava suspenso desde 30 de outubro por uma reivindicação dos advogados da acusação, que queriam excluir do processo os juízes do caso. O pedido foi negado em dezembro e o processo contra o ex-presidente foi retomado no dia 28 do mesmo mês.

Há dois dias, a corte decidiu concluir a fase probatória do processo e começar a ouvir as alegações da acusação e da defesa como último passo antes de ditar sentença.

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