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Nova Iorque – O secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, está em seu gabinete na cidade de Nova Iorque esperando que o telefone toque. Necessita urgentemente de 13 mil soldados para a ampliar a missão da entidade no sul do Líbano, a Unifil, hoje com 2 mil homens.

Annan ligou para todos os Estados membros para que eles participem da ampliação da missão, mas ainda não recebeu nenhuma resposta positiva. Israel só aprovou o cessar-fogo com a condição de que os soldados das Nações Unidas e do Líbano impedissem no futuro os ataques com foguetes lançados do sul libanês pelos islâmicos radicais do Hezbollah.

Desde o início, muitos pessimistas afirmaram que o pedido não seria conseguido nunca, pois desde sua criação em 1978 a Unifil se mostrou impotente e sem poder. As forças libanesas de luta não dispõem de mais de 3 mil soldados adequados para cumprir o objetivo.

O Conselho de Segurança da ONU "contra-atacou" com um número impressionante: 30 mil soldados vão fazer a segurança do sul do Líbano no futuro, como dispõe a resolução 1701. O governo libanês vai contribuir com a metade dessas tropas, como já tinha oferecido, enquanto os outros 15 mil soldados vão fazer parte da Unifil.

Enquanto isso, há comentários de que talvez 15 mil seja um número alto. Os críticos acusam o secretário-geral de falta de iniciativas de anúncios para pedir tropas, mas seu porta-voz alega que não se pode fazer muito mais que ligar e pedir.

Alguns governos têm dúvidas de se devem enviar soldados, porque ainda não ficou claro o que será exigido dos militares. O grande medo é que as tropas de paz acabem sendo pivô dos conflitos.

Israel pediu que as tropas da ONU desarmassem o Hezbollah, tarefa que não conseguiu cumprir com mais de um mês de ataques ao Líbano.

A resolução 1701 exige o desarmamento de todos os grupos armados no Líbano, sem nomear o Hezbollah, uma coisa que outras resoluções do Conselho de Segurança já tinham pedido.

Na ONU, a possibilidade de que seus soldados partam com o objetivo de buscar os arsenais do Hezbollah ou usar da força para desarmar as milícias é considerada descartada. A intenção é usar de "meios políticos".

O maior perigo agora parece ser o de que as negociações com os possíveis países que enviarão tropas para a missão da ONU se prologuem por semanas ou até meses. Neste caso, seria apenas uma questão de tempo para que um novo incidente no sul do Líbano desate outra vez a violência.

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