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O líder italiano de centro-esquerda Romano Prodi foi reconfirmado como primeiro-ministro na sexta-feira, quando conquistou um voto final de confiança na Câmara do Parlamento.

Ele venceu a votação na Câmara por 342 votos a 198, com duas abstenções, uma margem muito maior do que a conseguida anteriormente no Senado.

``Foi uma grande votação'', disse Prodi a jornalistas. ``Uma grande margem, mas também o debate mostra que a centro-esquerda está muito mais unida do que a centro-direita e isso significa que o trabalho do governo seguirá em frente com força. Nós podemos seguir em frente muito bem'', disse.

Mais cedo nesta sexta-feira, Prodi prometeu em um discurso enérgico feito diante do Parlamento, continuar com as reformas econômicas e pediu por uma segunda e decisiva moção de confiança a fim de confirmar o regresso dele ao cargo de primeiro-ministro da Itália.

Prodi renunciou na semana passada depois de terem surgido desavenças dentro de sua coalizão de centro-esquerda e após perder uma votação sobre a política externa do governo.

Mas, em uma disputa apertada, conquistou na segunda-feira um voto de confiança no Senado e repetiu a façanha na câmara baixa do Parlamento, onde possui uma maioria folgada.

Fortalecido por um desempenho da economia melhor do que o esperado, Prodi ressaltou sua determinação em dar continuidade às reformas projetadas para aumentar a competitividade e facilitar a vida dos que desejam abrir negócios no país.

``De forma nenhuma vamos interrompê-las (as reformas) porque esse é o caminho rumo à recuperação,'' afirmou o político diante da Câmara dos Deputados.

``Analisamos os bancos, as empresas de seguro, os serviços públicos, o setor de energia, o mercado de trabalho, as obras públicas. Trata-se do dia a dia - pessoas jovens que desejam abrir um negócio sem lançar mão de favores pessoais ou algum tipo de influência. Não estamos falando sobre nada insignificante.''

A primeira onda de reformas, realizada no ano passado, tinha por meta tornar mais flexíveis as regras sobre várias áreas comerciais e trabalhistas, entre as quais as de motoristas de táxi, advogados, farmacêuticos e padeiros. Essas medidas deixaram insatisfeitos os que atuam nesses setores.

``Isso irritou muitos setores, que reagiram quando tomamos essas decisões. Mas nós as adotamos mesmo assim'', disse Prodi. ''E tenham certeza de que vamos adotar outras medidas mais radicais e mais importantes.''

O ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, o magnata dos meios de comunicação que perdeu por uma pequena margem de votos a eleição geral do ano passado, previu que o ``coitado'' do Prodi não durará muito tempo no poder.

Uma pesquisa divulgada nesta semana mostrou que 40 por cento dos italianos concordam com a opinião de Berlusconi, afirmando que o governo de Prodi deve ficar de pé apenas alguns meses mais.

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