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Roma – Época de campanha eleitoral teoricamente serve para a apresentação de soluções aos problemas sociais. Mas não foi bem assim na Itália. A disputa que deu uma apertada vitória a Romano Prodi sobre Silvio Berlusconi deixou praticamente de lado a questão de desemprego, que ficou entre 8% e 10% no país nos últimos anos, dentro da preocupante média da União Européia. Sem propostas diretas e claras relacionadas ao tema, Prodi promete, no entanto, reduzir custos trabalhistas, como forma de estimular a geração de empregos, uma política que historicamente vem surtindo tímidos resultados. Mas o caminho para busca de alternativas está aberto.

O programa de Prodi é, na verdade, um pacto de governo firmado com grupos socialistas, radicais, verdes e comunistas. Se por um lado a diversidade pode se tornar um problema para o consenso, por outro aumentam as chances de sugestões. O programa governamental de centro-esquerda tinha, até a eleição realizada uma semana atrás, 281 páginas, que devem se multiplicar antes mesmo da confirmação da vitória de Prodi, que deve ocorrer dentro de um mês.

O grupo que assumirá o governo defende que, além de reduzir o custo de cada posto de trabalho, é necessário combater a burocracia italiana e adotar medidas para restaurar a competitividade. Essas medidas, no entanto, produzem efeitos a médio e longo prazo, quando não acabam neutralizadas por fatores adversos em pleno processo de implantação.

Apesar da dificuldade em se apresentar soluções concretas, o temor de que o desemprego cresça foi um dos eixos da campanha. Esse medo vem da constatação de que a economia italiana ficou estagnada no ano passado. Berlusconi conseguiu crescimento de apenas 0,8% nos últimos anos. Além disso, o déficit orçamentário italiano ultrapassa os limites estabelecidos pela União Européia. O desafio é manter a qualidade de vida dos trabalhadores italianos, que competem com os do Extremo Oriente, acostumados a salários bem mais baixos.

A avaliação de Prodi sobre a crise difere da de Berlusconi por motivos óbvios. Berlusconi, ainda no poder, relaciona o desemprego à conjuntura internacional. Enquanto oposição, Prodi acredita que o governo pode fazer mais.

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