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Vaticano

Como são produzidas as fumaças preta e branca usadas no conclave?

Fumaça preta saindo após a finalização do Conclave do dia sete de maio de dois mil e vinte e cinco.
O Vaticano segue em conclave após saída da fumaça preta e espera ansiosamente pela cor branca durante o processo (Foto: FABIO FRUSTACI/EFE)

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Nesta quarta-feira (7), o conclave teve seu início oficial. Durante a escolha do novo pontífice, após a morte do papa Francisco, cardeais do mundo todo se reúnem para a eleição que acontece na Capela Sistina do Palácio Apostólico na Cidade do Vaticano.

Um dos procedimentos mais aguardados durante o evento é a emissão de fumaça ao fim das votações – preta, se o novo papa não tiver sido escolhido, e branca, caso a escolha tenha sido feita. Inclusive, a fumaça de hoje (7) foi preta, o que indica a continuação do conclave até um dos cardeais atingir dois terços dos votos.

O que muita gente não imagina é que a química desempenha um papel essencial nesse tipo de episódio. A produção da fumaça envolve combinações específicas de elementos químicos e um processo elaborado: dois fogões são utilizados em conjunto, conectados a um sistema de exaustão que direciona a fumaça para fora.

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Quais elementos químicos são utilizados para fazer a fumaça do conclave?

A partir de 2005, um moderno método foi implementado no momento de avisar aos fiéis que um novo pontífice foi escolhido. Segundo um artigo publicado em 2013, na Catholic News Agency, antes, o “aviso” era produzido por meio de palha molhada (fumaça branca) e piche (fumaça preta). 

No entanto, depois de alguns “alarmes falsos”, os representantes do Vaticano buscaram outras maneiras de anunciar ao público que a eleição foi finalizada.

Assim, a partir do conclave que elegeu o Papa Bento XVI, a química moderna foi utilizada no processo. Seu uso se estende até hoje, inclusive neste mês de maio. 

Câmeras fotográficas voltadas para a Basílica de São Pedro, na Cidade do Vaticano. Todas esperam pela fumaça do Conclave.Todos os holofotes estão apontados para a Basílica de São Pedro, no Vaticano, esperando pela fumaça que saíra das chaminés durante todo o conclave. (Foto: Foto: FABIO FRUSTACI | EFE)

Vale destacar que é usada a tecnologia de sistema eletrônico com cartuchos pirotécnicos para produção dos vapores. O método foi implantado por Massimiliano De Sanctis, proprietário do Fd Group Fireworks e responsável por implementar o recurso na Basílica de São Pedro.

Como é feita a fumaça preta do conclave?

Conforme explica a Engenheira Química formada pela UEM, Rebeca Almeida, "atualmente, as fumaças são produzidas a partir do processo de combustão – reação química onde se utiliza um agente oxidante e uma fonte de carbono que formam água e dióxido de carbono, podendo ser produzidos subprodutos.".

De acordo com um artigo publicado por Juris Meija (PhD em química) no periódico “Analytical and bioanalytical chemistry”, em 2013, da editora Springer Nature, “ [...] a fumaça preta do conclave agora é obtida com a ajuda de perclorato de potássio, antraceno e enxofre, em vez de piche preto”.

Como é feita a fumaça branca do conclave?

Já a fumaça branca é produzida através de uma mistura de clorato de potássio, lactose e colofônia (uma resina âmbar obtida de pinheiros), conforme afirmou Meija. A partir deste composto, tem-se a coloração esbranquiçada na hora que o vapor sobe. 

Ambas são eficientes e conseguem avisar o público se o processo de eleição chegou ao fim – ou não.

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