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Simpatizantes do clérigo Hassan Rowhani, em Teerã | Abedin Taherkenareh/EFE
Simpatizantes do clérigo Hassan Rowhani, em Teerã| Foto: Abedin Taherkenareh/EFE

Líder supremo

"Vão para o inferno quem não aceita nossa eleição", diz aiatolá

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse ontem que não "dá a mínima" para as acusações norte-americanas de que a votação é injusta.

"Recentemente, ouvi que alguém no Conselho de Segurança Nacional dos EUA disse que ´nós não aceitamos esta eleição no Irã´. Nós não damos a mínima", disse.

Em 24 de maio, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, colocou em dúvida a credibilidade da eleição, criticando a desqualificação de candidatos e acusando Teerã de interromper o acesso à Internet.

"Vão para o inferno se vocês não acreditam nas nossas eleições. Se a nação iraniana se importasse com o que vocês fazem ou no que acreditam antes de agir, nosso povo teria ficado para trás", condenou Khamenei. "Os inimigos realizaram várias tentativas de impedir que as pessoas fossem às urnas, criando desapontamentos e pessimismo."

Khamenei, que não endossou publicamente qualquer candidato, fez ainda um apelo para que a população votasse com empolgação.

  • Khamenei vota em Teerã e critica os Estados Unidos

Projeções extraoficiais e relatos da imprensa iraniana não confirmados apontam para um segundo turno da eleição presidencial no Irã entre o clérigo centrista Hasan Rowhani, apoiado pelos reformistas, e o prefeito de Teerã, Mohamad Qalibaf, conservador favorecido pelo regime.

Rowhani, um ex-negociador nuclear moderado, é o nome citado em em pesquisa informal junto aos eleitores.

Com promessa de mais liberdades individuais e menos tensão diplomática, o clérigo obteve apoio do eleitorado que se sentia politicamente órfão desde que os principais líderes reformistas foram banidos da vida pública após os protestos de 2009.

"Rowhani é o único capaz de reconciliar o país com os ideais da revolução de 1979, pois essa turma no poder está nos fazendo mal", disse o aposentado Hamidreza R. Já Qalibaf, que tem a seu favor uma imagem de seriedade e eficiência como administrador da capital, foi a opção de Maryam, funcionária de uma empresa de telefonia: "Ele tem ótimo currículo".

Entre os candidatos mais citados também estava o atual chefe negociador nuclear do Irã, Said Jalili, que prega resistência a todo custo às pressões ocidentais.

"Eleger Jalili seria um soco na cara da América", disse a dona de casa Tayebeh, 61 anos.

O apelo do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, ao comparecimento às urnas parece ter contribuído para as filas que se formaram nos centros de votação ao longo do dia. Autoridades dizem que a participação, avaliada oficialmente em 70%, levou à extensão do horário de fechamento das urnas das 18 h para as 23 h. Em 2009, o comparecimento foi de 85%; em 2005, 61%.

Desafio

Decisões estratégicas, como as que envolvem o programa nuclear, são do líder supremo; ao presidente cabe conduzir a economia e ser a face externa do regime. A crise econômica, causada em boa parte pelas sanções ao enriquecimento de urânio, é a grande preocupação da maioria dos iranianos.

O porta-voz do Conselho de Guardiães, Abbas Ali Kadjodai, em um pronunciamento aos jornalistas pouco antes do fechamento dos colégios eleitorais, afirmou que não tiveram notícias de irregularidades destacáveis durante a jornada de votação.

O chefe da Polícia Nacional iraniana, o general Esmail Ahmadi Moghadam, assegurou que "não houve nenhum problema de segurança" e lembrou que, para garantir a segurança do país, algumas passagens de fronteira foram fechadas.

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