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Um promotor argentino que investiga o atentado de 1994 contra uma entidade judaica de Buenos Aires, que matou 85 pessoas, acusou na quarta-feira o Irã de planejar o ataque e pediu a prisão do ex-presidente iraniano Akbar Hashemi Rafsanjani e de outros sete ex-funcionários públicos.

As autoridades argentinas acusam repetidamente o Irã de envolvimento no atentado, mas é a primeira vez que um ex-presidente pode ser interrogado. O Irã sempre negou qualquer envolvimento.

Caberá agora ao juiz responsável pelo caso emitir ou não uma ordem internacional de prisão contra os suspeitos.

- Provamos que a decisão de atacar a sede da Amia [sigla de Associação Mútua Israelita Argentina] em 18 de julho de 1994 foi uma decisão tomada pelas mais altas autoridades do governo iraniano da época - disse o promotor Alberto Nisman em entrevista coletiva.

Nisman disse que autoridades iranianas ordenaram à guerrilha xiita libanesa Hezbollah que cometesse o atentado durante uma reunião em 1993 na cidade iraniana de Mashhad.

Até hoje, ninguém foi condenado pelo atentado, em parte porque os juízes determinaram em 2004 que uma longa investigação do caso tinha falhas, embora tenham ordenado que o inquérito prosseguisse.

O juiz do caso já havia pedido anteriormente a prisão de 12 cidadãos iranianos, dos quais 3 voltaram a ser citados pelo promotor.

O atentado à Amia aconteceu dois anos depois da explosão de uma bomba que destruiu a embaixada israelense em Buenos Aires, matando 29 pessoas, um caso que também nunca foi esclarecido.

A Argentina tem a maior comunidade judaica da América Latina. Em documentos judiciais, o promotor ligou o atentado contra a Amia à decisão argentina de parar de fornecer material e tecnologia nuclear ao Irã.

Mas o ex-presidente Carlos Menem (1989-99) disse acreditar que ambos os atentados foram uma resposta à decisão argentina de apoiar os Estados Unidos na primeira guerra do Golfo e a uma visita oficial de Menem a Israel.

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