O promotor de um dos processos de crime de guerra na base americana de Guantánamo, em Cuba, pediu para deixar a função devido a questões éticas, informaram advogados de defesa e o principal promotor militar. Este é o quarto promotor a deixar um caso alegando dúvidas quanto à lisura do processo, numa prisão para suspeitos de terrorismo que desde o seu início atraiu críticas internacionais, como mostra matéria publicada nesta sexta (26) no jornal O Globo.
Segundo o coronel Lawrence Morris, o tenente-coronel do Exército Darrel Vandeveld alegou razões pessoais para deixar o caso. Vandeveld processava o afegão Mohammed Jawad, suspeito de tentativa de assassinato. Mas Morris, que é o promotor-chefe, reconheceu um testemunho de defesa no qual, segundo advogados, Vandeveld mostra-se preocupado pois promotores teriam retido provas que poderiam ter ajudado o réu.
O advogado de Jawad, o major da Força Aérea David Frakt, contou que pediu à corte que permita que Vandevelt testemunhe para reforçar a moção pedindo que o caso seja arquivado com base em "conduta ultrajante do governo". Mas os promotores se opõem ao testemunho e rejeitaram ainda o pedido para arquivar o caso e permitir a volta de Jawad para o Afeganistão.
Jawad é acusado de lançar uma granada contra um jipe militar dos EUA num bazar em Cabul em dezembro de 2002, ferindo dois soldados americanos e seu intérprete afegão. Ele tinha 16 ou 17 anos quando foi preso pela polícia afegã e entregue às forças americanas.
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