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Washington – A proposta que tenta convencer o Irã a deixar de enriquecer urânio pode acabar não funcionando por falta de precisão e por não ser endossada pelos Estados Unidos. Esse quadro ficou claro ontem, um dia depois do fechamento do pacote, quando Teerã ainda mantinha a questão em suspenso.

O governo do Irã teria que suspender o enriquecimento de urânio e comprometer-se a colocar seu programa nuclear sob o regime de salvaguardas administrado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para, no futuro, reiniciar a atividade, com fins pacíficos. Esta seria a essência da proposta que o comissário de Relações Exteriores da União Européia, o espanhol Javier Solana, apresentou na terça-feira às autoridades de Teerã.

O pacote não soa como a última chance para Teerã, como pretendia a UE e os Estados Unidos. O Irã do polêmico Mahmoud Ahmadinejad quer ativar as centrífugas de enriquecimento que construiu ao longo dos últimos 18 anos, alegando que tem direito de buscar energia nuclear.

A proposta apenas esfriou o confronto entre Teerã e os Estados Unidos, que parecem não fazer mais tanta questão de impedir qualquer atividade de enriquecimento de urânio no Irã.

Os EUA se abstiveram de confirmar ou desmentir ontem as revelações de fontes diplomáticas segundo as quais as grandes potências teriam concordado com a possibilidade de o Irã enriquecer urânio em seu próprio território, qualificando-as de "hipotéticas e teóricas".

A Casa Branca e o Departamento de Estado se contentaram em afirmar que o Irã devia suspender o enriquecimento de urânio para que pudessem retomar as negociações multilaterais, das quais os Estados Unidos tomaram a decisão histórica de participar diretamente.

Esta suspensão é uma "condição absoluta", declarou à imprensa o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow. O porta-voz do departamento de Estado Sean McCormack disse que o Irã deve primeiro "suspender as atividades de enriquecimento e reprocessamento" em seu país antes de iniciar as negociações. "Além disto, não vou especular. Além desse ponto, estaremos no terreno do teórico e do hipotético."

De acordo com fontes diplomáticas em Viena e Teerã, a oferta das potências ao Irã

O Irã ainda avalia a proposta – que inclui incentivos nas áreas de comércio, diplomacia e tecnologia – elaborada pelo Reino Unido, França e Alemanha, e apoiada pelos EUA, Rússia e China. A demora nessa avaliação, no entanto, começa a deixar negociadores apreensivos.

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