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dia internacional da mulher protestos
Polícia do Quirguistão prendeu uma mulher que protestava contra a violência de gênero| Foto: Vyacheslav OSELEDKO/AFP

Em várias partes do mundo, milhares de mulheres se reuniram neste domingo (8) para marchar no dia internacional dedicado a elas, protestando contra a violência de gênero e a favor da igualdade. Mas em alguns lugares as mobilizações terminaram em violência.

Em Istambul, na Turquia, a polícia de choque lançou gás lacrimogêneo para dispersar mulheres que saíram às ruas para protestar em uma área não autorizada pelas autoridades. De acordo com a agência Reuters, o governador de Istambul, Ali Yerlikaya, proibiu manifestações na avenida Istiklal, perto da principal praça da cidade. Algumas mulheres tentaram romper o bloqueio da polícia e foram dispersadas pela polícia. Segundo o jornal de oposição Cumhuriyet, várias foram presas.

Não é a primeira vez que as autoridades turcas restringem protestos citando motivos de segurança. No ano passado, a polícia também jogou ás lacrimogêneo contra pessoas que tentaram marchar no Dia Internacional da Mulher.

Policiais turcos repelem mulheres durante uma manifestação pelo Dia Internacional da Mulher na avenida Istiklal, em Istambul | FOTO: Yasin AKGUL / AFP
Policiais turcos repelem mulheres durante uma manifestação pelo Dia Internacional da Mulher na avenida Istiklal, em Istambul | FOTO: Yasin AKGUL / AFP| AFP

Vandalismo no México

Na capital do México, a mobilização pelo dia das mulheres foi majoritariamente pacífica, mas marcada por atos de vandalismo. A marcha, que reuniu cerca de 80 mil mulheres segundo a Secretaria de Segurança Cidadã, começou por volta das 10 horas da manhã com coletivos feministas pintando as ruas com os nomes das vítimas de feminicídio, um problema crescente no país. Segundo a criadora do Mapa de Feminicídios no México, María Salguero, desde o início de 2020, cerca de 350 mulheres morreram pelo simples fato de serem mulheres.

Durante a marcha pela Avenida Juárez, no centro da Cidade do México, porém, pichações foram feitas nas fachadas de vários comércios e focos de fogo também foram relatados. A professora brasileira Andreia de Moura Valim, da Universidade de Santa Cruz do Sul, estava em um congresso na cidade e presenciou grupos de manifestantes depredando lojas e mobiliário público e rompendo as barreiras colocadas nas vitrines pelos comerciantes que já previam episódios de vandalismo. Segundo ela, porém, a limpeza das áreas públicas começou a ser feita assim que os protestos cessaram.

Prédios comerciais foram pichados durante protesto na Cidade do México | Foto: Andreia de Moura Valim/Arquivo pessoal
Prédios comerciais foram pichados durante protesto na Cidade do México | Foto: Andreia de Moura Valim/Arquivo pessoal

No fim da marcha, as autoridades da capital reportaram 38 feridas durante a marcha do Dia Internacional da Mulher, três das quais precisaram ser levadas a hospitais por convulsões e desmaios. A Secretaria de Segurança Cidadã também informou que quatro policiais foram lesionadas com queimaduras nas mãos, pernas e um possível caso de fratura na perna.

Ameaça no Quirguistão

Na capital do Quirguistão, Bishek, a polícia deteve 60 pessoas depois que um grupo de homens interrompeu protestos de um grupo de mulheres que não estava autorizado a manifestar-se na principal praça do país. A polícia disse que prendeu pessoas dos dois lados, mas a imprensa internacional disse que a maioria era mulher. Eles foram soltos horas depois e cerca de 10 foram processados por resistir à prisão.

Nicarágua

Na Nicarágua, onde o regime de Daniel Ortega proibiu protestos da oposição desde setembro de 2018, a polícia cercou e bloqueou dois grupos de mulheres em uma igreja e no escritório de direitos humanos que planejavam realizar uma manifestação.

Chile

Marcha no Dia Internacional da Mulher em Santiago, em 8 de março de 2020 | Foto: JAVIER TORRES / AFP
Marcha no Dia Internacional da Mulher em Santiago, em 8 de março de 2020 | Foto: JAVIER TORRES / AFP| AFP

Uma das maiores manifestações do Dia Internacional da Mulher ocorreu em Santiago, no Chile. A polícia estimou cerca de 125 mil participantes da marcha na capital e outras 35 mil em outras cidades do país. Em alguns locais, confrontos dispersos eclodiram quando manifestantes atiraram pedras na polícia, que respondeu com canhões de água.

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