• Carregando...
Protesto registrado em Istambul | REUTERS/Murad Sezer
Protesto registrado em Istambul| Foto: REUTERS/Murad Sezer

Milhares de pessoas se manifestaram durante a noite contra o governo da Turquia em diversos bairros de Istambul pela planejada destruição de um parque situado no centro, enquanto os protestos seguem intensos nas ruas da capital turca neste sábado.

A versão online do jornal "Hürriyet", que cita fontes policiais, informou hoje que 81 pessoas já foram detidas nos violentos confrontos entre os manifestantes e as forças de ordem, além de um considerável aumento no número de feridos.

O que começou há quatro dias como um camping para salvar o parque Gezi, adjacente à Praça Taksim, se transformou em um conflito social após uma ação de despejo na madrugada de ontem e, atualmente, aparece como um desafio político ao governo turco.

"Unidos contra o fascismo", "Renúncia ao Governo" e "Taksim está em todas as partes, a resistência também", eram alguns dos slogans cantados durante a noite em vários bairros de Istambul, tanto em zonas operárias e tradicionalmente conflituosas como em elegantes distritos da classe média-alta.

As concentrações se estenderam ao longo da noite e, ao amanhecer, aproximadamente 500 pessoas bloquearam o trânsito na ponte do Bósforo ao marchar da parte asiática da cidade em direção à europeia.

Grande parte das vias centrais de Istambul foi bloqueada hoje pela Polícia, enquanto várias linhas de transporte público foram fechadas.

O Partido Republicano do Povo (CHP), o principal grupo da oposição parlamentar, convocou uma "concentração pela liberdade e pela democracia" para as 10h (de Brasília).

O conflito surgiu após a intenção do governo do islâmico moderado Recep Tayyip Erdogan de remodelar o parque central Gezi, um dos poucos espaços verdes do centro de Istambul.

O objetivo seria a construção de um centro comercial, projeto rejeitado pela própria comissão municipal, mas defendido em público pelo primeiro-ministro.

Ontem, um tribunal administrativo ordenou a paralisação das obras, mas o conflito já se estende muito além do parque: "se trata da participação cidadã em uma democracia", asseguram muitos manifestantes.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]