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Polícia usou canhões de água para dispersar multidão que bloqueava a principal rodovia da capital venezuelana | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Polícia usou canhões de água para dispersar multidão que bloqueava a principal rodovia da capital venezuelana| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

69 pessoas foram presas nas manifestações ocorridas em Caracas na última quarta-feira. Na noite de sexta-feira, protestos pediam que os detidos – na sua maioria, estudantes – fossem libertados. Eles são acusados de incitação à violência.

Acusações

Prefeito de Chacao faz críticas à ação de Nicolás Maduro

O vandalismo no protesto gerou acusações entre o prefeito de Chacao, Ramón Muchacho, e o presidente Nicolás Maduro, seu adversário político. O mandatário nacional anunciou que vai criar um plano de segurança "para a paz" que investigará a ação do que chamou de "focos violentos" dos protestos. "Não se devem fechar as autoestradas, não vou permitir. Já chega! As pessoas tem direitos e não [é certo] que quatro moleques fechem as autoestradas". Questionado sobre o tema, o prefeito de Chacao disse que assumiu sua responsabilidade e criticou Maduro. "Não dou ordens ao governo nem aos militares, por mais que eu gostaria. Quem acredita nisso me superestima e me atribui poderes que não tenho. Nós assumimos nossa responsabilidade".

  • Manifestante da oposição com bandeira da Venezuela
  • Homem participa de protesto com fita enrolada no rosto

Pelo menos dois manifestantes foram baleados na noite de sexta-feira em Chacao, na região de Caracas, durante protesto contra as três mortes ocorridas nas manifestações da última quarta-feira, na Venezuela.

A multidão pedia ainda a libertação de 69 presos nos atos, em sua maioria estudantes, acusados de incitação à violência. O confronto começou no início da noite, quando forças da Guarda Nacional Bolivariana tentaram desbloquear uma autoestrada.

Os agentes usaram bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água para afastar os jovens. Em seguida, os manifestantes ocuparam as ruas e praças dos bairros de Altamira e Los Palos Grandes, alguns a pé e outros de moto.

Eles colocaram fogo em pneus, quebraram vidros de lojas e painéis e picharam placas e prédios públicos. A depredação foi reprimida pelos agentes com mais bombas de gás lacrimogêneo.

A fumaça dos artefatos usados pela polícia e do lixo queimado pelos manifestantes fez com que dezenas de moradores fossem levados a hospitais da região com falta de ar.

De acordo com a secretaria de Saúde da cidade, outras duas pessoas ficaram feridas após serem baleadas na manifestação. Não há informações sobre que grupo teria feito os disparos com munição letal.

Outras quatro pessoas fo­ram presas pela Guarda Nacional. O prefeito de Cha­cao, Ramón Muchacho, pediu aos manifestantes que façam protestos de forma pacífica.

Ele acusa os manifestantes de terem lançado pedras contra ambulâncias da prefeitura que socorriam pessoas que sentiram falta de ar.

Oposição exige que presidente desarme as milícias chavistas

Agência Estado

A coalizão opositora venezuelana Mesa de Unidade Democrática (MUD) pediu, na última sexta-feira, a libertação dos 69 estudantes presos nos protestos ocorridos dois dias antes contra o governo do presidente Nicolás Maduro e o desarmamento de milícias radicais chavistas, acusadas de abrir fogo no confronto que deixou 3 mortos e 66 feridos.

Apontado como responsável por incitar o conflito, o líder opositor Leopoldo López, que tem contra si uma ordem de prisão, trocou acusações pela internet com líderes chavistas.

"Pedimos liberdade para os presos. É o primeiro passo para a paz na Venezuela", disse o secretário executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo. "Os coletivos precisam se desarmar. São grupos ilegais armados que possuem armamento de guerra."

Os milicianos são acusados de abrir fogo contra os estudantes, mas o governo diz que um dos líderes dessas milícias também morreu nos confrontos. "A paz precisa também de atos concretos do poder que indiquem claramente aos venezuelanos que não haverá impunidade", afirmou Aveledo.

A coalizão pediu também o fim de acusações judiciais sem provas a dirigentes políticos, especialmente López, do partido Vontade Popular, e a deputada María Corina Machado. "O Poder Executivo tem o dever de expor com seriedade os motivos concretos que o leva a denunciar um golpe de Estado", acrescentou Aveledo.

López, acusado pelo governo de ser "o rosto do fascismo" e mentor dos protestos violentos de quarta-feira passou o dia em sua casa, em Caracas.

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