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Policiais fazem barreira contra manifestantes em aeroporto de Acapulco | Francisca Meza/Efe
Policiais fazem barreira contra manifestantes em aeroporto de Acapulco| Foto: Francisca Meza/Efe

Investigação

Suspeitas de corrupção rondam a aquisição de propriedade

Estadão Conteúdo

A reputação do presidente do México, Enrique Peña Nieto, foi posta em xeque após uma reportagem revelar que a primeira-dama comprou uma mansão avaliada em US$ 7 milhões do Grupo Higa, vencedor de importantes licitações realizadas pelo governo federal.

A polêmica surge dias após Nieto suspender um contrato de US$ 3,7 bilhões para a construção de uma linha de trens de alta velocidade. A decisão foi tomada após companhias como a Bombardier e a Alstom criticarem o período de apenas dois meses dado para a elaboração das propostas do leilão.

O consórcio de empresas chinesas que havia vencido a licitação tem relações com o Grupo Higa. A mansão da primeira-dama Angéica Rivera, uma ex-atriz de novelas mexicanas, pertence à companhia Ingenieria Inmobiliaria del Centro, relacionado ao Grupo Higa.

Segundo informou Eduardo Sánchez, um porta-voz da Presidência, ao Wall Street Journal, o imóvel tem seis quartos e se localiza em um dos bairros mais exclusivos da Cidade do México. Sánchez esclarece que Rivera deu uma entrada de 30% no valor do imóvel em janeiro de 2012, sete meses antes de seu marido assumir o governo do México, e que o restante tem sido pago em parcelas sem atrasos.

O caso pode levantar questionamentos sobre os laços entre as construtoras do país e o presidente em uma época em que o governo está engajado em grandiosos projetos de infraestrutura.

O presidente do México, En­­rique Peña Nieto, enfrenta uma onda crescente de protestos sobre o desaparecimento de 43 estudantes e perguntas cada vez mais duras sobre a compra, por sua mulher, de uma mansão na Cidade do México de uma companhia que conseguiu generosos contratos do governo.

A companhia mexicana ganhou, com uma firma chinesa, um contrato de US$ 3,7 bilhões para a construção de um trem de alta velocidade. O acordo, porém, foi revertido na semana passada em meio a críticas de que o consórcio foi o único a participar da licitação. O gabinete presidencial negou ontem que havia algo impróprio sobre o acordo, em que a companhia deu à primeira-dama Angelica Rivera um empréstimo para comprar a mansão.

O governo enfrentou uma violenta marcha de protesto em Acapulco, no estado de Guerrero, de parentes e partidários dos 43 estudantes de um magistério que sumiram em 26 de setembro em Iguala.

Em declarações aos meios de comunicação, o porta-voz dos pais dos estudantes de Ayotzinapa, Felipe de la Cruz, disse que o aeroporto de Acapulco ficará fechado durante pelo menos "três horas", nas quais "ninguém vai entrar nem sair".

Os manifestantes entraram no terminal aéreo e escreveram mensagens em sua paredes, como "Todos somos Ayotzinapa" e "Peña Nieto assassino", em referência ao presidente mexicano, que se encontra na China em visita oficial.

Corpos

As autoridades do México só contam com uma rótula e outra parte de um corpo humano para identificar os restos de dezenas de pessoas assassinadas e queimadas que presumem ser os 43 estudantes que desapareceram no fim de setembro. Um laboratório que analisou os restos afirmou que as duas partes são as únicas com possibilidades de serem identificadas.

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