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O trauma sofrido pela jovem austríaca Natascha Kampusch, que passou oito anos em poder de um raptor, dos 10 aos 18 anos, e que conseguiu se libertar na semana passada, é comparável ao sofrimento de pessoas submetidas a tortura mediante isolamento. A afirmação foi feita nesta quinta-feira em Viena pelo psiquiatra de Natascha, Max Friedrich. Ele pediu que sua paciente seja poupada, a fim de evitar que Natascha seja "vitimada" novamente com a divulgação de informações sobre sua vida particular.

O caso chamou grande atenção da opinião pública mundial. O rator de Natascha, identificado como Wolfgagng Priklopil, suicidou-se após Natascha conseguir deixar o cativeiro. Na quarta-feira um novo detalhe enriqueceu a história: um colega de trabalho de Priklopil disse ter visto Natascha ao lado do seu raptor e que ela parecia feliz.

- A vitimização secundária se produz quando, após ser vítima de abuso, a pessoa logo fica em evidência diante da opinião pública - disse Friedrich.

A advogada da jovem austríaca acrescentou:

- Um dia Kampusch vai se dirigir à opinião pública. Mas não pode ocorrer repentinamente a publicação na imprensa de transcrições da conversas (de Natascha) com a polícia.

Sobre a integração de Natascha à sua família, o psiquiatra disse que a paciente já não é mais a menina de 10 anos que foi levada do convívio de seus parentes, mas sim uma pessoa adulta. Assim, continou ele, não é automático o retorno ao convívio com a sua família.

De acordo com Friedrich, Natascha mantém uma "postura distante" em relação aos seus parentes.

Sobre as seqüelas do trauma na paciente, o psiquiatra comentou:

- Não será possível esquecê-las (as feridas), mas sim aliviá-las e viver com dignidade.

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