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Multidão na Praça da Independência, em Kiev, protesta contra a ameaça de invasão russa | Konstantin Grishin/Reuters
Multidão na Praça da Independência, em Kiev, protesta contra a ameaça de invasão russa| Foto: Konstantin Grishin/Reuters

Recuo

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) alertou a Rússia ontem dizendo que uma ação militar contra a Ucrânia violará a legislação internacional. Depois de uma reunião de emergência da Otan em Bruxelas, a aliança pediu que a Rússia retire suas forças militares da Ucrânia.

57 países fazem parte da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), incluindo nações da União Europeia, a Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos. Uma missão da OSCE deverá avaliar a crise ucraniana.

Comandante sofrerá processo por se render

O governo ucraniano decidiu ontem abrir um processo de traição contra o comandante da Marinha que se rendeu no porto de Sebastopol, na Crimeia, em seu segundo dia no cargo. Denis Berezovsky foi mostrado na televisão russa jurando lealdade aos líderes regionais pró-Rússia. Forças russas tomaram controle sobre a península da Crimeia e ordenaram que militares ucranianos entregassem suas armas. "Durante o bloqueio do quartel-general da Marinha pelas forças russas, ele se recusou a oferecer resistência e abaixou as armas", disse Viktoria Syumar, do Conselho de Segurança da Ucrânia.

Conversa

Vladimir Putin afirmou neste domingo à chanceler alemã, Angela Merkel, que cidadãos russos e indivíduos que falam a língua russa enfrentaram ameaça "persistente" de ultranacionalistas e que as medidas tomadas por Moscou foram adequadas dada a "situação extraordinária", disse o Kremlin.

Facebook

Primeiro-ministro da Rússia fala em "novo banho de sangue"

O primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou no Facebook ontem que os líderes da Ucrânia tomaram o poder ilegalmente e previu que o governo deles vai encerrar com uma "nova revolução" e banho de sangue. Medvedev afirmou que apesar de Viktor Yanukovich ter praticamente nenhuma autoridade, ele continua sendo o chefe de Estado legítimo da Ucrânia segundo a Constituição do país. "Se ele é culpado perante a Ucrânia, que se promova um procedimento de impeachment (...) e julguem ele", acrescentou o premiê russo. "Tudo o mais é ilegal. A tomada do poder", disse Medvedev em sua página no Facebook. "E isso significa que tal regime será extremamente instável e vai terminar com uma nova revolução. Novo banho de sangue."

  • Manifestação nas ruas de Moscou é feita em apoio à intervenção russa na região da Crimeia

O governo alemão disse que o presidente russo Vladimir Putin aceitou uma proposta feita pela chanceler Angela Merkel para montar um "grupo de contato" com o objetivo de facilitar o diálogo na crise da Ucrânia.

Merkel sugeriu a ideia em uma conversa telefônica durante a qual ela acusou Putin de violar as leis internacionais com a "inaceitável intervenção russa na Crimeia". O porta-voz do governo alemão Georg Streiter disse em comunicado que Putin também aceitou a ideia da criação de uma missão de inquérito.

Já um comunicado do Kremlin disse que Putin defendeu a ação da Rússia contra "forças ultranacionalistas" na Ucrânia e insistiu que as medidas tomadas até agora eram "totalmente adequadas". Durante a ligação telefônica, o presidente russo teria chamado a atenção de Merkel para a "ameaça implacável de violência" contra cidadãos russos e a população de língua russa na região.

O comunicado russo não se referiu especificamente à proposta de Merkel, mas mencionou a necessidade de continuar "consultas tanto bilaterais como no formato multilateral com o objetivo de cooperar para normalizar a situação sociopolítica da Ucrânia".

Ontem, mais cedo, o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa poderia ser convidada a instalar uma missão de investigação para determinar o que realmente está acontecendo na Crimeia e no leste da Ucrânia.

Ele acrescentou que um "grupo de contato" envolvendo países europeus e, talvez, as Nações Unidas, juntamente com a Rússia e a Ucrânia poderia ser parte da solução para a crise na região. Streiter disse que o grupo poderia ser conduzido pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, um órgão que inclui 57 países, entre eles, nações da União Europeia e os EUA.

Tensão

Ministro alemão defende a permanência dos russos no G8

O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, pediu ontem para os líderes mundiais trabalharem com calma sobre a crise da Ucrânia e defendeu a permanência da Rússia no grupo das oito principais economias do mundo, que permite ao Ocidente falar diretamente com Moscou.

"O formato do G8 é atualmente o único no qual nós no Ocidente podemos falar diretamente com a Rússia", disse Steinmeier à emissora pública ARD. "Devemos realmente desistir deste formato único?"

O secretário de Estados dos Estados Unidos, John Kerry, afirmou mais cedo que os eventos recentes "lançaram dúvidas sobre a capacidade da Rússia em estar no G8". A Rússia entrou para o grupo em 1998.

Steinmeier pediu mais uma vez para a Rússia evitar a escalada da violência e para mandar suas tropas de volta para suas bases. "É uma situação muito perigosa lá", afirmou.

A Alemanha é altamente dependente da Rússia para suas necessidades de gás natural e é o maior mercado de exportação para a produtora estatal russa de gás Gazprom.

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