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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a culpar nesta sexta-feira (23) a Ucrânia pelo conflito contra separatistas aliados de Moscou, um dia após um morteiro atingir um trólebus de Donetsk, matando 13 civis. Em discurso no conselho de segurança russo, o mandatário acusou o governo do presidente Petro Poroshenko de lançar uma operação militar nos últimos dias e provocar dezenas de mortes no leste ucraniano.

"As autoridades de Kiev deram a ordem oficial para lançar uma grande operação militar que cobre praticamente toda a linha de contato entre as forças regulares e os rebeldes pró-russos, utilizando artilharia e aviação contra setores populosos", declarou. "E tudo isso é acompanhado por slogans de propaganda sobre seu desejo de paz, bem como de buscas pelos responsáveis. A responsabilidade é de quem dá essas ordens criminosas".

Putin também indicou ter escrito há uma semana uma carta a seu homólogo ucraniano Petro Poroshenko, propondo a retirada das armas pesadas a uma distância suficiente para evitar ataques a bairros residenciais. "Infelizmente, não só não recebemos resposta distinta, mas temos visto ações totalmente contrárias à proposta da Rússia", disse ele. "Só negociações de paz e alavancas políticas poderão resolver o conflito".

Segundo a Comissão de Direitos Humanos da ONU, ocorreram 262 mortes de civis no leste da Ucrânia nos últimos nove dias, o período mais mortal desde o cessar-fogo, em setembro. Em todo o conflito, iniciado em abril, foram mais de 5 mil mortos. Já o Alto Comissariado da ONU para Refugiados criticou o governo ucraniano por impedir a entrada de ajuda humanitária para as regiões mais atingidas pelos combates, as províncias de Donetsk e Lugansk.

Separatistas

Nesta sexta, o líder separatista de Donetsk, Alexander Zakharchenko, disse que não planeja buscar um cessar-fogo com Kiev e planeja lançar uma nova ofensiva em toda a região para fazer frente ao Exército ucraniano. Na quinta-feira, o exército ucraniano perdeu o aeroporto de Donetsk, após vários meses de combates.

Em Kiev, o secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa, Oleksander Turchinov, acusou "grupos terroristas russos" de mover a ofensiva para o leste do país. "Grupos terroristas russos violaram todos os acordos [...], passam à ofensiva", declarou Turchinov durante uma reunião governamental. Completou que se tratava de "unidades regulares das forças armadas russas".

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