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Em entrevista coletiva após vitória na eleição presidencial, Putin alegou que estava tudo certo para trocar Navalny por russos presos em países europeus
Em entrevista coletiva após vitória na eleição presidencial, Putin alegou que estava tudo certo para trocar Navalny por russos presos em países europeus| Foto: EFE/EPA/MIKHAIL METZEL/SPUTNIK/KREMLIN

Na entrevista coletiva que concedeu após sua vitória na eleição da Rússia, o presidente Vladimir Putin disse neste domingo (17) que havia aprovado uma troca do líder opositor Alexei Navalny dias antes de sua morte repentina em uma prisão do Ártico e que há soldados da OTAN lutando na guerra da Ucrânia.

“Acreditem em mim ou não. O homem que falou comigo não havia terminado a frase, e eu disse: concordo. Mas, infelizmente, aconteceu o que aconteceu”, declarou Putin, que falou o nome de Navalny pela primeira vez em uma entrevista coletiva após sua vitória na eleição presidencial realizada nos últimos três dias.

Ele explicou que alguém de fora da administração presidencial - os aliados de Navalny mencionaram o magnata Roman Abramovich - ofereceu a troca do opositor por russos presos em países europeus.

“Mas com uma condição que eu aceitei: nós o trocamos, mas ele não deve voltar. Deixem-no ficar lá. Mas assim é a vida”, afirmou.

Putin fez alusão ao “senhor Navalny” e descreveu sua morte em uma prisão do Círculo Ártico como “um triste acontecimento”.

No final de fevereiro, assessores do falecido líder da oposição acusaram Putin de ordenar seu assassinato dias antes de sua troca pelo checheno Vadim Krasikov, que matou o cidadão georgiano Zelimjan Khangoshvili em Berlim em agosto de 2019, crime pelo qual foi condenado à prisão perpétua por um tribunal da Alemanha.

“Navalny deveria ter sido libertado em alguns dias, já que chegamos a uma decisão sobre sua troca”, disse Maria Pevchij, uma colaboradora próxima do opositor, em um vídeo divulgado no YouTube.

Para integrantes da oposição, foi Putin quem decidiu torpedear a troca, que também incluía cidadãos americanos, no último minuto.

“Em 16 de fevereiro de 2024, Vladimir Putin matou Alexei Navalny. Ele o matou de maneira vil e covarde em uma distante prisão siberiana, onde Navalny foi mantido longe do resto do mundo, isolado de sua família e entes queridos, morto de fome e torturado”, disse.

A eclosão da guerra na Ucrânia, há dois anos, convenceu os aliados do líder opositor de que precisavam tirá-lo da prisão “a qualquer custo”.

O nome de Krasikov foi mencionado várias vezes na imprensa dos Estados Unidos sobre a possível troca de cidadãos russos por americanos, como Paul Whelan, que foi condenado na Rússia a 16 anos de prisão por espionagem.

Além disso, durante a recente entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson, Putin fez menção a um “patriota” russo, em uma clara referência a Krasikov, como possível objeto de troca pelo jornalista do The Wall Street Journal Evan Gershkovich.

Soldados da OTAN na Ucrânia

Na mesma coletiva, Putin disse que há soldados da OTAN lutando na Ucrânia e morrendo “em grande número” no campo de batalha.

“Os soldados dos países da OTAN estão lá. Nós sabemos disso”, declarou Putin. Ele afirmou que militares russos os ouvem falando em francês e inglês, o que, segundo ele, “não é bom, principalmente para eles, porque eles morrem”.

“E o fazem em grande número”, acrescentou. Quanto a um possível conflito entre a Rússia e a aliança militar, Putin disse que “no mundo de hoje tudo é possível”.

“Todos entendem que isso nos colocará a um passo de uma Terceira Guerra Mundial em grande escala. Não creio que alguém esteja interessado nisso”, disse.

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