Caso a sua fama de “atrasado” não fosse conhecida há um bom tempo, muitos classificariam como excepcional o fato de o presidente russo Vladimir Putin ter deixado o papa Francisco esperando uma hora antes do encontro da última quarta-feira (10), no Vaticano.
O fato é que pontualidade está longe de ser o ponto forte do comandante do Kremlin, conforme mostra reportagem do jornal britânico “The Guardian”.
Putin costuma deixar jornalistas esperando por várias horas antes de algumas entrevistas individuais. Com líderes mundiais, não é diferente -- o que varia é o tempo de espera. Até uma hora de atraso significa certo“respeito” à pessoa que está esperando, diz o jornal.
Em 2003, o recém-empossado Putin deixou a rainha Elizabeth II, do Reino Unido (símbolo da pontualidade), esperando 14 minutos. O próprio papa, em seu primeiro encontro com o russo, precisou aguardar 50 minutos, mais ou menos o mesmo período médio que comandatários europeus aguardam a chegada do russo.
John Kerry, secretário de Estado norte-americano, aguardou mais: três horas. Já o presidente deposto da Ucrânia -- país com relações tensas com o Kremlin -- precisou esperar quatro horas em uma ocasião.
Em 2002, o russo fez os pais de uma criança morta em um acidente aéreo aguardarem duas horas até a sua chegada ao cemitério.
Apesar da fama de atrasado, Putin costuma comparecer pontualmente a entrevistas coletivas e determinados eventos, o que leva alguns a avaliarem o ato de atrasar como uma estratégia psicológica para elevar sua postura de poder.
Se esta análise é verdadeira ou não é difícil precisar. O fato é que até a sua ex-esposa precisava esperá-lo. “Eu nunca me atrasava, mas ele sempre. 15 minutos está OK, mas depois de uma hora de espera você começa a chorar”, disse à reportagem Lyudmila Putina.
