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Soldado russo ao lado do tanque T-72B, próximo da estação de trens em Gvardeiskoye, perto de Simferopol, uma das cidades mais importantes da península da Crimeia | Yannis Behrakis/Reuters
Soldado russo ao lado do tanque T-72B, próximo da estação de trens em Gvardeiskoye, perto de Simferopol, uma das cidades mais importantes da península da Crimeia| Foto: Yannis Behrakis/Reuters

Russos seguem em seus postos, diz o Pentágono

Efe

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, não quis comentar as informações de que a Rússia começou a retirar tropas de sua fronteira com a Ucrânia e assegurou que ainda permanecem "dezenas de milhares" de soldados no local.

Chefe do Pentágono, Hagel não confirmou as informações que asseguram que a Rússia retirou um batalhão (500 soldados) da fronteira com a Ucrânia, presença militar que preocupa os EUA, porque poderia anun­­ciar no leste uma invasão similar à da região autônoma da Crimeia.

"Ainda há uma tremenda concentração de forças na fronteira", afirmou Hagel, que esclareceu que se referia a um número de tropas da ordem de "dezenas de milhares".

Estima-se que a Rússia chegou a acumular mais de 40 mil soldados nas regiões do leste e do sul da Ucrânia, onde existe uma maioria que fala russo. O porta-voz da Casa Bran­­ca, Jay Carney, afirmou ontem que os EUA ainda não viram uma redução de tropas russas em frente à fronteira com a Ucrânia, embora "se isso for confirmado finalmente, será algo positivo".

Contexto

A tomada da Crimeia foi uma resposta dos russos à derrubada, em fevereiro, do então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, aliado de Putin. Ele foi destituído após meses de protestos, principalmente na capital.

A Rússia informou ontem que começou a retirar suas tropas da fronteira com a Ucrânia, um dia depois da reunião com o Estados Unidos para discutir uma solução à crise na região.

A informação foi confirmada pelo Ministério de De­­fe­­sa da Ucrânia e pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que conversou por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin.

A presença militar russa perto do leste da Ucrânia é um dos principais focos da tensão com ucranianos nas últimas semanas, principalmente após a anexação, não reconhecida por Kiev, da península da Crimeia por Moscou.

Em nota, o Kremlin disse que Putin sublinhou para Merkel a defesa de uma reforma constitucional na Ucrânia que defenderia os interesses da população de origem russa que vive no país.

O discurso é o mesmo adotado no fim de semana por seu ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, em reunião em Paris com o secretário de Estado americano, John Kerry.

Aos EUA, a Rússia disse que aceita dialogar com Kiev desde que se ponha à mesa a possibilidade de uma reforma que envolva, por exemplo, a federalização do país, o que daria mais autonomia às regiões com forte presença de russos.

A proposta seria levada ainda esta semana pelo governo americano à Ucrânia.

Ontem, o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, esteve na Cri­­meia. Foi a primeira visita da comitiva ao local desde a anexação da região, no dia 18 de março.

A visita serviu, segundo os dirigentes, para discutir medidas econômicas e sociais após a incorporação da península ao território russo – entre elas, um plano escalonado para subir os salários dos funcionários públicos locais até igualá-los aos dos trabalhadores de Moscou.

Medvedev anunciou ainda a ideia de criar uma zona econômica especial para atrair investimentos à região. Sua visita foi criticada pelo governo da Ucrânia.

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