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Javier Milei e Sergio Massa fazem último debate antes do segundo turno das eleições, marcado para domingo, 19.
Javier Milei e Sergio Massa fazem último debate antes do segundo turno das eleições, marcado para domingo, 19.| Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE e Enrique García Medina/EFE

No último debate antes das eleições presidenciais na Argentina, o candidato libertário Javier Milei foi evasivo ao responder ao adversário peronista Sergio Massa se manteria relações com Brasil e China, importantes parceiros comerciais. “As relações comerciais são estabelecidas no [âmbito] privado. Você tem um governo onde Alberto Fernández [que apoia Massa] falava com [Jair] Bolsonaro. Então qual é o problema se eu falo ou deixo de falar com Lula?”

Na última quarta (8), Milei afirmou que não se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso seja eleito. Em entrevista ao jornalista peruano Jaime Bayly, ele chamou o petista de “comunista” e “corrupto”. Antes, ao canal de TV La Nácion+, disse que o presidente brasileiro estaria interferindo na disputa na Argentina, em favor de Massa.

Em resposta a Milei no debate, Massa disse que visitou Bolsonaro em Brasília no meio da pandemia. Ele insistiu na pergunta e Milei respondeu que as relações comerciais são do setor privado. Na tréplica, Massa afirmou que as relações “são estabelecidas entre países, os acordos são feitos entre países”. Milei criticou o adversário, apontando que ele estaria falando em “regulamentação do comércio”. “Sim, existe no mundo todo”, rebateu Massa. “Isso é uma falácia, o que é que isso importa? Vamos ser mais sérios, por favor”, respondeu Milei.

Massa afirmou que uma ruptura com Brasil e China causaria perda de empregos e exportações.

“Para mim, Javier, me parece que você não quer dizer para as pessoas que, por conta de um preconceito ideológico, vai deixar 2 milhões de argentinos sem trabalho. É isso que vai acontecer com quem trabalha no mercado de carne, com agricultura, os trabalhadores do Porto de Rosário. Vai explicar isso para os trabalhadores em Salta, com os trabalhadores do mercado automotivo da grande Córdoba. A ruptura com o Mercosul, a ruptura das relações com o Brasil, a ruptura das relações com a China representa 2 milhões de empregos a menos e um impacto nas exportações da Argentina de 28 bilhões de dólares. A política externa não pode ser feita por capricho e escolhida por ideologia, senão por interesses nacionais”, afirmou Massa.

Milei respondeu que o comércio no setor privado vai continuar. “Não vai deixar de existir. E se por algum motivo você acredita que vai deixar de existir, eu poderia comercializar isso através de outro lado. Você acredita que os chineses querem algum benefício conosco? Por favor, pare de assustar as pessoas com a perda de vagas de trabalho, por favor [...] Qual o problema? Se você não exporta para a China, exporta para outro. Pode fazer uma triangulação...”, afirmou. Acrescentou depois que acredita numa “Argentina livre, em indíviduos livres que possam comercializar com quem quiserem e não com quem tenta regular o comércio para tirar vantagem”, disse.

O segundo turno das eleições está marcado para o próximo domingo (19). No primeiro turno, Sergio Massa, atual ministro da Economia, obteve 36,68% dos votos válidos, contra 29,98% de Javier Milei.

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