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Quase metade dos venezuelanos não pretende votar

As eleições na Venezuela foram adiadas e estão previstas para acontecerem no dia 20 de maio | HOAFP
As eleições na Venezuela foram adiadas e estão previstas para acontecerem no dia 20 de maio (Foto: HOAFP)

Quase metade dos eleitores venezuelanos pretende não votar na eleição presidencial de 20 de maio, segundo pesquisa da organização Atlantic Council, com sede em Washington, divulgada nesta quinta-feira (5).  

O pleito foi boicotado pela maior parte dos adversários de Nicolás Maduro e não deverá ser reconhecido por EUA, União Europeia e países das Américas críticos do regime devido à cassação de oposicionistas e ao domínio chavista do órgão eleitoral.  

Dos mil entrevistados em casa pelo Atlantic Council entre 25 de fevereiro e 7 de março, 44,3% avaliam não ir às urnas, contra 28% dos entrevistados por telefone pela organização em janeiro.  

A parcela das pessoas que desconfiam dos resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) subiu para 49,8%, dez pontos percentuais a mais que no último levantamento.  

A mudança da composição do órgão foi uma das principais exigências da oposição para participar do pleito. Dos cinco diretores do conselho, quatro são governistas. O regime, porém, se recusou a aceitar qualquer alteração.  

Também é menor que 30% o apoio dos atuais candidatos ao pleito: o mais bem colocado é Maduro, com 21,2% dos votos, seguido pelo ex-governador Henri Falcón, único líder opositor que aceitou se postular, com 8,3%.  

O mais bem cotado entre os entrevistados ainda é o empresário Lorenzo Mendoza, com 22,9%. No início do ano, ativistas e empresários o pressionaram a concorrer, mas ele não cedeu.  

Reprovação  

Rejeitada por 80% dos consultados, a administração de Maduro é vista por 60% como uma ditadura ou em vias de se tornar uma. Por outro lado, apenas 31,5% das pessoas apoia a oposição, contra 24,2% chavistas declarados e 43,3% independentes.  

Desde o fim das manifestações e a instalação da Assembleia Constituinte dominada pelo regime, em agosto, o respaldo à oposição caiu, aumentando a apatia do eleitor.  

As divisões sobre a participação nas eleições estaduais, em outubro, e municipais, em dezembro, e sobre as negociações com o chavismo implodiram a coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD).  

Por outro lado, o chavismo ameaçou seus líderes com processos e cassou o registro das principais siglas -Primeiro Justiça (centro-direita) e Vontade Popular (direita).  

Na pesquisa, 88,4% avaliam que a qualidade de vida piorou nos últimos 12 meses. Três quartos aprovam a entrada de ajuda humanitária, o que Maduro se recusa.  

A margem de erro do estudo do Atlantic Council é de 3,04 pontos percentuais.

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