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Restos da fuselagem do voo MH17, da Malaysia Airlines, no local do acidente, perto do vilarejo de Grabovo, em Donetsk | Marko Djurica/Reuters
Restos da fuselagem do voo MH17, da Malaysia Airlines, no local do acidente, perto do vilarejo de Grabovo, em Donetsk| Foto: Marko Djurica/Reuters

Repercussão

b>Russos atacam relatório sobre o MH17, divulgado por junta holandesa

Efe

A agência federal de aviação russa criticou ontem a Holanda por perder muito tempo durante as investigações da queda do avião da Malaysia Airlines. "Infelizmente, não podemos deixar de reconhecer que se perdeu muito tempo e que há uma série de dados que ficaram difíceis de analisar. Nós nos referimos à investigação das partes de corpos", disse Oleg Storchevoy, subchefe do órgão à agências de notícias locais.

"Também não se pode falar agora da total integridade dos destroços do avião, em condições de acesso livre permanente e contínuos combates", garantiu. Em todo caso, o subchefe da agência insistiu na importância de investigar o "local da catástrofe e os restos do aparelho", assim como realizar "análises patológicas e anatômicas" dos corpos das vítimas.

"Sem toda essa informação também não será possível falar de conclusões preliminares sobre as causas da catástrofe", garantiu. O funcionário russo garantiu que o documento divulgado ontem "é só o começo de um trabalho árduo".

Piotr Deinekin, representante do Conselho Público da agência federal de aviação russa se disse "assombrado" pelas conclusões das autoridades holandesas. "A comissão atua claramente sob a pressão de algum tipo de força que tenta ocultar as autênticas razões da tragédia", disse Deinekin, que denunciou tentativas de culpar a Rússia.

  • Caixa-preta do Boeing 777 que caiu na Ucrânia em área disputada entre Kiev e separatistas

O acidente com o voo MH17 da Malaysia Airlines em julho deste ano na Ucrânia, matando 298 pessoas, teve "causas externas" e não uma falha técnica da aeronave nem problemas ligados à tripulação, conforme o relatório preliminar publicado ontem pela Junta de Segurança holandesa.

"Os primeiros resultados da investigação apontam uma causa externa para o acidente do MH17", assinalou em comunicado Tjibbe Joustra, presidente da Junta de Segurança, que se encarrega de determinar o que ocorreu com a aeronave.

A Ucrânia sustentou após o acidente que o Boeing malaio tinha sido derrubado por um míssil terra-ar disparado a partir do território sob o controle dos milicianos pró-Rússia, mas os rebeldes negaram.

"Será necessário realizar mais investigações para determinar a causa com maior precisão", continuou Joustra, que afirmou que haverá provas nos próximos meses e que o relatório final estará disponível dentro de um ano a partir da data do acidente.

Os resultados preliminares concluíram que a aeronave "se desintegrou no ar provavelmente devido ao dano estrutural causado por um alto número de projéteis que penetraram no aparelho a partir do exterior".

O avião sobrevoava um espaço aéreo sem restrições quando sofreu o acidente, segundo o relatório, publicado quase dois meses depois do ocorrido. A Organização da Aviação Civil Internacional (Icao) fixa em seu protocolo de investigações sobre acidentes de aviação um prazo de 30 dias para a apresentação das conclusões preliminares, no entanto, no caso do Boeing malaio, os analistas encontraram vários obstáculos.

Razak cobra empenho na investigação

O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, cobrou ontem que todas as partes envolvidas ajudem a esclarecer o que ocorreu com o avião que caiu no leste da Ucrânia em julho e com a conclusão do relatório final, e ainda reivindicou acesso ao local do acidente.

"O relatório preliminar sugere que ‘objetos’ penetraram na aeronave e fizeram com que se partisse no ar", afirmou o chefe de estado em comunicado.

"Isso levanta forte suspeita de que um míssil terra-ar derrubou o [voo] MH17, mas é preciso mais trabalho de investigação antes de poder ter certeza. Cobro que todas as partes colaborem."

"É da maior importância que equipes de investigação tenham acesso completo ao lugar do acidente para poder recolher todos os restos mortais, completar a investigação e conhecer a verdade", afirmou o primeiro-ministro Razak.

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