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Kemi Badenoch, em Downing Street em Londres, Grã-Bretanha, 26 de outubro de 2022.
Kemi Badenoch, em Downing Street em Londres, Grã-Bretanha, 26 de outubro de 2022.| Foto: EFE/EPA/ANDY RAIN

Pela segunda vez na carreira política, Kemi Badenoch se torna responsável pelo Ministério da Igualdade (agora fundido com a pasta da Mulher), em meio a críticas de parte do público LGBT+. Ela foi nomeada na terça-feira (25) pelo novo premiê do Reino Unido, Rishi Sunak.

Estreando sua fala no Parlamento, Badenoch respondeu ao CEO da revista trans Pink News, Ben Cohen, que a chamou de "antitransgênero".

"O que eu queria dizer, quando começamos uma nova era de igualdade, é que a Lei da Igualdade é um escudo, não uma espada. Ela existe para proteger pessoas de todas as características, sejam elas jovens ou velhas, homem ou mulher, preto ou branco, gay ou heterossexual", declarou Badenoch.

Ela ainda destacou que executa “uma estratégia de igualdade compassiva” e que não deve se distrair com “pessoas que usam o Twitter como forma de insultar ou acusar membros do Parlamento".

A revista ativista acusa Badenoch de ter trabalhado pelo fechamento da clínica pediátrica de transição de gênero do Reino Unido, a Tavistock, e de manter um forte diálogo com Keira Bell. A jovem, que se arrependeu da transição de gênero feita aos 16 anos, fez a detransição para o sexo de nascimento e processou a clínica britânica.

O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), além de fechar a Tavistock, planeja proibir cirurgias e tratamentos hormonais em menores de 18 anos, fazendo novas orientações aos médicos.

A Pink News aponta Badenoch como uma das principais articuladoras dessas mudanças, ao lado do LGB Alliance, um grupo britânico beneficente de advocacia que tem como objetivo declarado defender os direitos de gays, lésbicas e bissexuais, mas é considerado transfóbico por parte dos ativistas.

A ministra também é alvo de críticas em relação a outros assuntos. Em um discurso que teve grande repercussão na internet, Badenoch questionou alguns movimentos antirracistas. "A ideologia que vê a minha negritude como vitimização e a branquitude deles como opressão está descumprindo a lei", declarou.

Sobre a agenda climática, ela destacou repetidas vezes que acredita na redução das emissões de carbono, "mas não a ponto de falir o Reino Unido para alcançar esse objetivo".

Pesadelo dos trabalhistas 

Nascida Olukemi Olufunto Adegoke, numa família nigeriana, a ministra já foi chamada de “o pior pesadelo do Partido Trabalhista”. Badenoch entrou no Partido Conservador em 2005, aos 25 anos, e é descrita hoje pelo The Guardian como "uma estrela em ascensão" dos conservadores.

Filha de médicos da Nigéria, ela viveu no país africano até os 16 anos, depois passou pelos Estados Unidos antes de ingressar na Grã-Bretanha. Antes de entrar na faculdade, ela preparava sanduíches em redes de fast food.

Casada, mãe de três filhos e engenheira de formação, Kemi Badenoch ocupou diferentes cargos no Partido Conservador, antes de se eleger deputada por Saffron Walden, no leste do país, em 2017.

Foi ministra de Estado no Departamento de Nivelamento, Habitação e Comunidades e também da pasta da Igualdade (na qual havia sido subsecretária) de setembro de 2021 até julho deste ano. Naquele mês, ela deixou o Executivo para se candidatar à sucessão do primeiro-ministro Boris Johnson, mas não conseguiu chegar à rodada final da disputa do Partido Conservador.

Depois, assumiu como secretária de Estado do Comércio Internacional e presidente da Junta Comercial em 6 de setembro no governo relâmpago de Liz Truss, até ser nomeada para o Ministério da Mulher e Igualdade nesta semana.

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