• Carregando...
Watford, um bilionário russo do setor de energia, foi encontrado enforcado em sua garagem, nos subúrbios de Londres. A polícia britânica não encontrou nenhuma pista.
Watford, um bilionário russo do setor de energia, foi encontrado enforcado em sua garagem, nos subúrbios de Londres. A polícia britânica não encontrou nenhuma pista.| Foto: Reprodução/ Twitter

O empresário russo Pavel Antov, proprietário de uma grande indústria de salsichas e parlamentar na Duma, a câmara baixa do Legislativo da Rússia, foi encontrado morto em um hotel na Índia, meses depois de postar uma mensagem no WhatsApp criticando a guerra deflagrada pelo presidente Vladimir Putin contra a Ucrânia. A imprensa russa informou que Antov, de 65 anos, caiu de uma janela de um hotel na cidade de Rayagada no domingo (25).

Um amigo dele, o também russo Vladimir Budanov, havia morrido no mesmo hotel dois dias antes de um aparente derrame, segundo fontes policiais indianas ouvidas pela mídia da Rússia. Antov e Budanov entram para uma lista de opositores ou críticos do Kremlin que morreram de forma suspeita.

Desde o início da guerra na Ucrânia, e mesmo um pouco antes dela, oligarcas russos foram encontrados mortos em circunstâncias estranhas: pendurados em uma árvore, no fundo de uma piscina, envenenados por veneno de sapo, caindo na escada ou da janela.

Grande parte das mortes aconteceram entre gestores das empresas de energia Gazprom ou Lukoil ou funcionários estatais recém-contratados por Putin.

Leonid Shulman, suposto suicídio no banheiro 

Em 30 de janeiro de 2022, morreu o presidente-executivo da Gazprom, empresa russa conhecida por extrair, processar e transportar gás natural. Ele era chefe do departamento de transportes da Gazprom Invest, que administra os projetos de investimento da gigante do gás.

O executivo morreu pouco menos de um mês antes da invasão da Ucrânia. Ele foi encontrado no banheiro de sua casa na região de São Petersburgo, na Rússia, com uma carta de suicídio ao lado do corpo.

Alexander Tyulyakov, enforcado na garagem 

Em 25 de fevereiro, um dia após a invasão da Ucrânia, um segundo líder da Gazprom morreu repentinamente. Tyulyakov era diretor financeiro da empresa. O homem de 61 anos foi encontrado enforcado em sua garagem perto de São Petersburgo.

Carros do serviço de segurança da Gazprom dispensaram a polícia e isolaram a cena do crime, conforme revelou o Novaya Gazeta, um veículo de comunicação russo de oposição ao Kremlin.

Mikhail Watford, enforcado na garagem 

Três dias depois, foi a vez de Watford, um bilionário russo do setor de energia, ser encontrado enforcado em sua garagem, nos subúrbios de Londres. A polícia britânica não encontrou nenhuma pista.

Vasily Menikov, suicídio no apartamento e familiares esfaqueados 

Um mês após a invasão russa à Ucrânia, em 24 de março, Vasily Melnikov, bilionário russo e diretor da farmacêutica Medsom, teria cometido suicídio em seu apartamento em Nijni-Novgorod, no oeste da Rússia. Os corpos de sua esposa e dois filhos de quatro e dez anos foram encontrados nas proximidades, esfaqueados.

Vladislav Avaev, morto em casa com a família  

O ex-vice-presidente do Gazprombank, um dos maiores credores da Rússia ligado à Gazprom, foi morto em 18 de abril. Ele também foi um ex-funcionário de Putin no Kremlin e na Duma.

O oligarca de 51 anos foi encontrado morto em seu apartamento em Moscou, ao lado dos corpos de sua esposa grávida e da filha de 13 anos, que foram baleadas.

Sergey Protoseny, pendurado em árvore e familiares esfaqueadas 

Um dia depois, o bilionário russo de 53 anos, sua esposa e filha de 18 anos foram encontrados mortos em uma casa no balneário de Lloret de Mar, na Espanha, onde passavam férias. Protoseny estava pendurado em uma árvore no jardim de sua casa, enquanto sua esposa e filha foram encontradas mortas a facadas.

Protoseny foi administrador da Novatek, a segunda maior empresa russa de gás. Ele também foi diretor financeiro da petrolífera russa Tarkosaleneftega.

Alexander Subbotin, morto com veneno de sapo 

Subbotin foi alto funcionário do grupo petrolífero russo Lukoil, o maior produtor de petróleo da Rússia. A Lukoil foi uma das poucas empresas a se manifestar contra a guerra na Ucrânia. Em 19 de maio, após uma noite de festas, o homem de 43 anos teria procurado um xamã, nos subúrbios de Moscou. Em um ritual, ele teria recebido veneno de sapo e sofrido em seguida um ataque cardíaco.

Yuri Voronov, morto na piscina 

Em 4 de julho, foi a vez do empresário russo de 61 anos, chefe de uma empresa parceira do grupo Gazprom. Ele foi encontrado morto na piscina de sua residência em São Petersburgo, com um tiro na cabeça. A arma foi encontrada no fundo da piscina.

Ravil Maganov, pulando da janela 

O presidente da Lukoil morreu "após cair de uma janela de um hospital" em Moscou, conforme noticiou a agência Reuters em setembro. O Hospital Central de Moscou, onde Maganov estava, costuma ser chamado de "Hospital do Kremlin", por ter membros das elites políticas e empresariais da Rússia entre seus pacientes.

Em comunicado no dia 3 de março, a diretoria da Lukoil pediu o fim "imediato" dos combates na Ucrânia, expressando solidariedade aos atingidos pela tragédia.

Ivan Pechorin, no mar 

Pechorin era o diretor da Russian Far East and Arctic Development Company. Ele foi contratado por Vladimir Putin para otimizar os recursos de energia e mineração do leste da Rússia, combatendo as sanções internacionais desde a guerra na Ucrânia. Em 10 de setembro, o corpo do homem de 39 anos foi encontrado no Mar do Japão, a leste da Rússia. Ele teria caído de um veleiro e não sabia nadar, segundo relatou o Daily Mail. A mídia russa diz que ele estava embriagado quando caiu na água.

Anatoly Gerashchenko, “em um acidente” na escada 

Aos 72 anos, o cientista russo especializado em aviação morreu em 21 de setembro. Ele teria caído de uma escada cujos corrimãos ainda não estavam instalados, enquanto visitava um canteiro de obras, segundo informou o Moskovsky Komsomolets, um tabloide russo.

Dmitry Zelenov, na escada 

. Por volta da meia-noite de 9 de dezembro, após um jantar com amigos em Antibes, na França, o magnata imobiliário russo teria se sentido tonto na escada e caído do corrimão, segundo detalha o site de notícias russo Baza. Também conforme a mídia local, ele morreu de traumatismo craniano no dia 10 de dezembro após ser transportado para o hospital Pasteur em Nice. De acordo com a imprensa italiana, Zelenov havia criticado recentemente a invasão russa da Ucrânia.

Uma prática antiga 

Apesar da lista de mortes suspeitas ter aumentado neste ano, desde quando assumiu a presidência da Rússia, em 2000, Putin é acusado de mandar envenenar opositores, uma prática centenária que teria sido herdada dos tempos da extinta União Soviética. O presidente foi oficial do serviço secreto soviético da KGB.

Um dos primeiros casos de envenenamento ocorrido durante o governo Putin aconteceu em setembro de 2004, quando o candidato da oposição à eleição presidencial ucraniana, Viktor Yushchenko, ficou gravemente doente e teve seu rosto desfigurado, mas sobreviveu. A doença havia sido provocada por uma substância tóxica que ele teria ingerido durante uma refeição.

Em 2020, o principal líder da oposição russa, Alexei Navalny, foi envenenado e passou por uma longa recuperação. No começo de 2021, depois de meses fora da Rússia, ele voltou para o país pela primeira vez desde seu envenenamento e foi preso.

De acordo com o governo alemão, Navalny foi envenenado por uma substância conhecida como Novichok. A maior parte do agente químico teria sido plantada em suas roupas íntimas. O Kremlin negou o envolvimento na tentativa de assassinato.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]