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O presidente Donald Trump estabeleceu uma nova política tarifária para os EUA, tendo como principal alvo a China.
Um dos principais nomes por trás desse plano é o de Peter Navarro, conselheiro sênior da Casa Branca, que recebeu atenção da imprensa nos últimos dias depois de se desentender com o empresário Elon Musk, que também fornece serviços para o governo republicano.
Ele foi chamado de "imbecil" pelo bilionário, que lidera o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), após fazer comentários sobre os negócios de Musk no mercado de veículos elétricos.
Navarro, de 75 anos, é economista formado em Harvard e se tornou professor emérito da Universidade da Califórnia.
Atuou ao lado de Trump desde o primeiro mandato como conselheiro de campanha em 2016. Depois, como diretor do Conselho Nacional de Comércio da Casa Branca e chefe do Escritório de Política de Comércio e Manufatura. Desde janeiro, é conselheiro sênior desta última pasta.
Apesar das críticas recentes e a pressão internacional devido ao tarifaço, Navarro ainda possui a lealdade de Trump, que recentemente lembrou em uma reunião no Salão Oval que o economista "foi preso por ele".
O aliado do líder republicano foi condenado em janeiro do ano passado a cumprir quatro meses de prisão por recusar uma intimação da comissão da Câmara de Representantes que investigava o ataque ao Capitólio de 2021.
Navarro é um forte crítico da China. Inclusive, escreveu um livro chamado “The Coming China Wars” (“As Próximas Guerras da China”), no qual expõe suas ideias sobre o gigante asiático. Esta primeira obra foi publicada em 2006.
Cinco anos depois, foi coautor em outro livro chamado “Death by China” (“Morte pela China”), no qual acusa Pequim de promover políticas comerciais injustas por meio do subsídio a exportações e manipulação do yuan, moeda oficial do país.
Ainda sobre os escritos, Peter Navarro foi acusado pela imprensa americana de inventar um especialista, Ron Vara, para respaldar seus pensamentos. O próprio Musk mencionou essa alegação ao insultar o economista, nesta semana.
Em 2019, o economista admitiu em entrevista ao The Wall Street Journal (WSJ) que ele usava o anagrama de seu sobrenome "Navarro" como "um recurso excêntrico e um pseudônimo para fins de entretenimento, não como fonte de informação".
O empresário, dono da Tesla, zombou da formação de Navarro em Harvard, insinuando que ele não tem experiência prática em economia. "Ele não construiu m**** nenhuma", escreveu Musk no X.
Em resposta, Navarro chamou o bilionário de "montador de carros", acusando Musk de estar priorizando seus resultados financeiros em detrimento da agenda de Trump.
Dias depois dos primeiros ataques, Musk novamente insultou o conselheiro comercial de Trump, dizendo que ele era "um idiota, mais burro que um saco de tijolos".
O tarifaço de Trump, que gerou uma guerra aberta de tarifas contra a China, tem forte influência de Navarro.
De acordo com fontes consultadas pela Bloomberg, o economista queria ainda mais além no projeto tarifário de Trump, propondo uma cobrança universal de 25% - reduzida a 10% pelo presidente - ou uma fórmula "recíproca" baseada nos déficits comerciais com cada país, segundo a agência de notícias.
Apesar do caos nas bolsas de valores mundiais, nos últimos dias, e das reações dos países, o conselheiro comercial da Casa Branca continua defendendo que os EUA ainda vão ver resultados benéficos da medida no futuro.
Em um artigo de opinião publicado no Financial Times, Peter Navarro apontou que as tarifas buscam "consertar um sistema comercial internacional quebrado".
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