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Presidente Donald Trump afirma que inquérito sobre a influência russa nas eleições é uma “caça às bruxas” e que está sendo politizado pelo Departamento da Justiça | MANDEL NGAN
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Presidente Donald Trump afirma que inquérito sobre a influência russa nas eleições é uma “caça às bruxas” e que está sendo politizado pelo Departamento da Justiça| Foto: MANDEL NGAN AFP

A queda de braço entre o FBI, a principal polícia federal dos EUA, e a Casa Branca tem mais um capítulo. Na sexta (2) o presidente Donald Trump liberou a divulgação de um relatório que aponta problemas na investigação do FBI sobre a influência russa nas eleições de 2016. A resposta dos Democratas veio na sequência: o Congresso aprovou nesta segunda (5) a publicação de um documento de 10 páginas que refuta as afirmações do memorando republicano. Trump tem cinco dias para decidir pela divulgação da informação.

O memorando Republicano foi escrito pelo presidente da Comissão de Inteligência da Câmara, Devin Nunes, e afirma que o FBI "ignorou e omitiu" a inclinação política de agentes e fontes que iniciaram a investigação, e que teriam motivações anti-Trump. 

O documento de quatro páginas critica o dossiê contra Trump que deu base a medidas de vigilância no início da investigação, sustentando que a peça foi elaborada por Christopher Steele, ex-informante do FBI que foi pago pelo Partido Democrata. Segundo Nunes, o documento serviu para justificar medidas de vigilância eletrônica contra o assessor da campanha de Trump,Carter Page, em outubro de 2016. 

O memorando dos Democratas rebate essas afirmações. O deputado Adam Schiff, que o redigiu, disse que os republicanos “se encontraram em uma posição insustentável quando divulgaram o errôneo memorando e se recusam a divulgar a resposta dos Democratas”, mas afirmou que seria “muito difícil” que a administração de Trump impeça a divulgação do documento. 

Esta é uma história que já vem se arrastando desde 2016, quando o FBI iniciou investigações sobre uma possível conspiração entre a campanha do republicano e russos ligados ao Kremlin para vazar informações depreciativas sobre sua adversária, a democrata Hillary Clinton. Trump vê o inquérito como uma "caça às bruxas" e que está sendo politizado pelo Departamento da Justiça.

Conheça os principais personagens desta trama. 

Devin Nunes

Congressista do Partido Republicano pelo Estado da Califórnia, Devin Nunes também é o presidente do Comissão de Inteligência da Câmara dos Deputados e redigiu o memorando republicano que aponta problemas na condução da investigação do FBI sobre a interferência russa nas eleições presidenciais americanas de 2016. Suas ações irritaram os Democratas, que na quinta- feira (1) pediram seu afastamento da comissão de Inteligência, segundo noticiou o The Guardian. 

Adam Schiff 

Congressista do partido Democratas pelo Estado da Califórnia, Adam Schiff redigiu o documento que contesta o memorando de Nunes. Ele também é membro da Comissão de Inteligência da Casa e uma importante voz dentro do partido em assuntos relacionados à política externa e à segurança nacional. Nesta segunda, foi alvo de um tuíte do presidente Trump, que o acusou de ser “um dos maiores mentirosos e ‘vazadores de informação’ em Washington”. 

Christopher Wray 

É o atual diretor do FBI. Na semana passada ele atacou a ordem de deputados republicanos para tornar público o documento que acusa o órgão e o Departamento de Justiça de abuso de poder pela decisão de espionar um ex-agente da campanha presidencial. Wray é o sucessor de James Comey, demitido por Trump em maio do ano passado. Até o momento, o novo titular vinha mantendo uma aparente autonomia no comando da polícia federal, apesar dos ataques do presidente contra o órgão. 

Robert Mueller 

Diretor do FBI entre 2001 e 2013, Robert Mueller atualmente é o procurador que está a frente do Conselho Especial de Investigação da interferência russa nas eleições presidenciais americanas em 2016. No final do ano passado, ele levantou a possibilidade de uma inquirição ao presidente Donald Trump no processo de investigação do caso. 

Carter Page 

Page, que por alguns meses foi assessor da campanha presidencial de Trump, é uma das figuras centrais do memorando republicano. Segundo o documento, o FBI suspeitava que Page era um agente russo, algo que ele nega veementemente, apesar de ter confirmado uma relação com o Kremlin. Enquanto consultor da indústria energética, ele trabalhou como assessor informal da equipe do Kremlin para o encontro do G-20 em 2013, mas afirmou que o fato não é algo que ele tenha que se sentir envergonhado. 

Christopher Steele 

Fundador da Orbis Business Intelligence, uma empresa de inteligência sediada em Londres, Steele é o autor do dossiê que revelou encontros da campanha de Trump com informantes russos, mas que também continha informações falsas ou nunca confirmadas, como farras com prostitutas e negócios feitos à base de propinas. 

Também já foi agente de campo da Inteligência Britânica de 1987 a 2009. No memorando republicano aparece como um ex-informante do FBI que foi pago pelo Partido Democrata. 

Donald Trump 

Em vários de seus tuítes e declarações públicas, o presidente dos Estados Unidos acusa o FBI de perseguição e afirma que a suposta influência dos russos a seu favor nas eleições é mais uma “fake news”. Para provar que não tem nada a temer, ele se colocou à disposição do procurador Robert Mueller para depor no caso. Entretanto, segundo informou o New York Times, seus advogados estão tentando convencê-lo a desistir da ideia por receio de que ele possa se incriminar por meio de alegações falsas.

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