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Após sua vitória esmagadora nas eleições do último dia 5, Donald Trump está se preparando para assumir a presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2025. O republicano já se encontrou com o presidente em fim de mandato, Joe Biden, e trabalha neste momento na transição de governo, onde já escolheu boa parte de seus novos secretários.
Com os republicanos controlando o Senado a partir do próximo ano, muitos dos indicados para o alto escalão do novo governo Trump deverão ter um caminho um pouco mais fácil para a confirmação. Nos últimos dias, presidente eleito já anunciou uma série de nomes para compor seu gabinete, com figuras de destaque do cenário político e empresarial.
Abaixo, conheça os escolhidos de Trump e suas credenciais.
Chefe de Gabinete da Casa Branca: Susie Wiles
Susie Wiles, co-gerente da campanha de Trump, será a primeira mulher a ocupar o cargo de Chefe de Gabinete da Casa Branca. Wiles tem uma vasta experiência no comando de campanhas políticas e foi responsável por aumentar o alcance de Trump na Flórida. Na Casa Branca, Wiles será responsável pela coordenação das políticas e operações no Executivo. Ela é a primeira mulher a ocupar o cargo. No anúncio do nome de Wiles, Trump destacou sua competência e dedicação.
“Susie Wiles acabou de me ajudar a conquistar uma das maiores vitórias políticas da história americana e foi uma parte integral das minhas campanhas de 2016 e 2020. Susie é uma pessoa forte, inteligente, inovadora e amplamente admirada e respeitada. Ela continuará a trabalhar incansavelmente para fazer a américa grande novamente. É uma honra merecida tê-la como a primeira mulher a ocupar o cargo de Chefe de Gabinete na história dos Estados Unidos. Não tenho dúvidas de que ela fará o nosso país se orgulhar”, disse.
Secretário de Estado: Marco Rubio
O senador republicano da Flórida Marco Rubio foi escolhido por Trump para ser indicado ao cargo de Secretário de Estado dos EUA, um dos mais importantes no governo americano. Conhecido por sua postura firme contra a China e ditaduras socialistas da América Latina, como Cuba e Venezuela, e por sua experiência em política externa, Rubio é descrito como um defensor do fortalecimento das relações dos EUA com seus aliados tradicionais. Trump o descreveu como "um líder forte e experiente, que protegerá os interesses da América no mundo".
“Ele será um forte defensor de nossa nação, um verdadeiro amigo de nossos aliados e um guerreiro destemido que nunca recuará diante de nossos adversários. Estou ansioso para trabalhar com Marco para tornar a América e o mundo seguros e grandiosos novamente”, afirmou o presidente eleito.
Os olhos de Rubio também estão sobre o Brasil. O futuro secretário de Estado condenou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pelo bloqueio do X no país e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um “líder de extrema esquerda que encobre a natureza criminosa do narco-regime de Maduro”.
Procuradora-geral: Pam Bondi
Trump anunciou a ex-procuradora do estado da Flórida Pam Bondi para chefiar o Departamento de Justiça dos EUA sendo a nova procuradora-geral do país. O anúncio do nome de Bondi veio logo após o primeiro indicado, Matt Gaetz, ex-deputado republicano da Flórida, desistir de assumir a pasta após uma investigação em curso contra ele tomar as manchetes de vários jornais americanos.
Gaetz foi acusado de tráfico sexual, corrupção e consumo de drogas. Um relatório da Câmara dos Deputados e a recusa de diversos senadores republicanos em aprovar seu nome para o cargo pesou em sua decisão de declinar da oferta feita por Trump. Gaetz disse que não queria ser uma “distração” para o novo governo, que, caso insistisse no nome do deputado, teria que lidar com seu primeiro desafio no legislativo, que será controlado pelos republicanos a partir de 2025.
Ao anunciar o nome de Pam Bondi para substituir Gaetz, Trump disse: “Pam foi promotora por quase 20 anos, quando foi muito dura com criminosos violentos e tornou as ruas seguras para as famílias da Flórida”.
“Então, como a primeira mulher procuradora-geral da Flórida, ela trabalhou para impedir o tráfico de drogas mortais e reduzir a tragédia das mortes por overdose de fentanil, que destruíram muitas famílias em nosso país. Ela fez um trabalho tão incrível que a convidei para servir em nossa Comissão de Abuso de Opioides e Drogas durante meu primeiro mandato — salvamos muitas vidas!”, acrescentou o presidente eleito.
Bondi foi procuradora-geral da Flórida entre 2011 e 2019, e além das funções no primeiro mandato de Trump descritas pelo presidente eleito, foi uma das advogadas do então presidente no seu primeiro processo de impeachment no Congresso americano, em 2020, por acusações de que teria pressionado o governo da Ucrânia para investigar o democrata Joe Biden. Trump foi inocentado pelo Senado.
Este ano, Bondi liderou o setor jurídico do America First Policy Institute, um think tank conservador alinhado a Trump.
Departamento de Eficiência Governamental: Elon Musk e Vivek Ramaswamy
Trump anunciou os nomes do bilionário Elon Musk e do empresário Vivek Ramaswamy, seu ex-rival nas primárias do Partido Republicano, para liderar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental — apelidado de DOGE, que também é o nome de uma criptomoeda promovida por Musk.
"Tenho o prazer de anunciar que o Grande Elon Musk, em conjunto com o patriota americano Vivek Ramaswamy, liderará o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). Juntos, esses dois maravilhosos americanos pavimentarão o caminho para a minha administração desmontar a burocracia governamental, reduzir excessos regulatórios, cortar desperdícios de recursos e reestruturar as agências federais", disse Trump em um comunicado, acrescentando uma citação de Musk, que afirmou que “isso enviará ondas de choque pelo sistema e por qualquer pessoa envolvida no desperdício [de recursos] do governo, que é muita gente!”.
No comunicado, Trump afirmou que o Doge poderá se tornar “o Projeto Manhattan do nosso tempo” na administração pública – em referência ao programa dos Estados Unidos que nos anos 1940 desenvolveu a bomba atômica.
O comunicado de Trump indicou que os papéis de Ramaswamy e Musk podem não ser formalmente parte do governo, mas eles "fornecerão conselhos e orientações de fora", e seu trabalho "terminará, no mais tardar, em 4 de julho de 2026”.
Secretário de Saúde e Serviços Humanos: Robert F. Kennedy Jr.
Robert F. Kennedy Jr., conhecido por suas críticas às políticas de vacinas e ao poder das grandes indústrias farmacêuticas, será o novo Secretário de Saúde dos EUA a partir de 2025. Sobrinho do presidente democrata John F. Kennedy e filho de Robert F. Kennedy, RFK Jr. concorreu à presidência neste ano como um candidato independente, mas desistiu da candidatura para apoiar Trump na disputa contra Kamala Harris. Trump elogiou a "coragem" de RFK em enfrentar o que chama de "indústria de alimentos e medicamentos que engana o povo americano", e acredita que Kennedy trará mudanças significativas para a saúde pública.
“Por muito tempo, os americanos foram esmagados pelo complexo industrial de alimentos e empresas farmacêuticas que se dedicaram a enganar e desinformar quando se trata de saúde pública”, escreveu Trump no X.
“A segurança e a saúde de todos os americanos são os deveres mais importantes de qualquer administração, e o HHS [Departamento de Saúde e Serviços Humanos, na sigla em inglês] desempenhará um grande papel em ajudar a garantir que todos sejam protegidos de produtos químicos, poluentes, pesticidas, produtos farmacêuticos e aditivos alimentares nocivos que contribuíram para a esmagadora crise de saúde neste país”, acrescentou o republicano.
“O senhor Kennedy restaurará essas agências ao padrão ouro das tradições da pesquisa científica e [como] faróis de transparência, para acabar com a epidemia de doenças crônicas e tornar a América grande e saudável novamente!”, finalizou Trump.
Secretário de Defesa: Pete Hegseth
Pete Hegseth, veterano de guerra e ex-apresentador da Fox News, foi nomeado por Trump para comandar o Pentágono sendo o novo secretário de Defesa dos EUA a partir de 2025. No anúncio de seu nome, Trump destacou o trabalho feito por Hegseth, afirmando que ele "trará de volta o orgulho ao nosso exército e garantirá que os EUA nunca retrocedam". Hegseth é um crítico do que considera políticas "woke" dentro das forças armadas.
A trajetória de Hegseth inclui uma extensa experiência militar. Ele é veterano da Guarda Nacional do Exército dos EUA, com missões em locais como Guantánamo, Iraque e Afeganistão, onde atuou como líder de pelotão e instrutor de contrainsurgência. Por sua atuação no campo de batalha, Hegseth recebeu duas Estrelas de Bronze e o prestigiado Combat Infantryman's Badge, concedido a militares que participam ativamente de combate direto contra forças inimigas
“É uma honra anunciar que nomeei Pete Hegseth para servir em meu Gabinete como secretário de Defesa. Pete dedicou toda a sua vida como um guerreiro pelas tropas e pelo país. Ele é determinado, inteligente e um verdadeiro defensor do 'América em Primeiro Lugar'. Com Pete no comando, os inimigos dos Estados Unidos estão avisados: nosso Exército será grandioso novamente, e a América nunca recuará”, disse Trump.
Secretário do Tesouro: Scott Bessent
Para chefiar a pasta do Tesouro dos EUA, similar ao Ministério da Fazenda no Brasil, Trump anunciou o nome de Scott Bessent, fundador e CEO da Key Square Group, uma influente empresa de investimentos globais. Segundo o presidente eleito, Bessent é amplamente reconhecido por sua experiência em estratégias geopolíticas e macroeconômicas.
“Scott há muito tempo é um forte defensor da Agenda América em Primeiro Lugar”, disse Trump. “Meu governo restaurará a liberdade, a força, a resiliência e a eficiência dos nossos mercados de capitais. Reenergizaremos o setor privado e ajudaremos a conter o caminho insustentável da dívida federal. Como um defensor vitalício da américa real e da indústria americana, Scott apoiará minhas políticas que impulsionarão a competitividade dos EUA e acabarão com os desequilíbrios comerciais injustos, trabalhando para criar uma economia que priorize o crescimento, especialmente através do nosso futuro domínio mundial no setor de energia", afirmouTrump em comunicado.
Natural de Conway, na Carolina do Sul, Bessent construiu uma carreira de destaque no mercado financeiro. Ele é graduado em ciências políticas pela Universidade de Yale e tem uma vasta experiência em gestão de investimentos.
Bessent também é conhecido por suas contribuições filantrópicas, apoiando causas como educação financeira e ensino de matemática.
Sob o comando de Bessent, o Departamento do Tesouro deverá desempenhar um papel central na implementação das políticas econômicas de Trump, que incluem a busca por uma meta de crescimento anual, controle da inflação e do déficit orçamentário, aumento da produção interna de energia, corte de impostos, e a aplicação de tarifas para corrigir o que Trump chama de “desequilíbrios comerciais”, com foco nas relações comerciais com a China, que deve ser o principal alvo das tarifas americanas.
Secretário do Comércio: Howard Lutnick
Trump anunciou Howard Lutnick como secretário de Comércio de sua nova gestão. Ele é CEO da empresa de serviços financeiros Cantor Fitzgerald e também copresidente da equipe de transição de Trump. Além do Departamento de Comércio, seu nome vinha sendo cogitado para secretário do Tesouro.
Durante a campanha, Trump prometeu impor tarifas de 10% a 20% sobre produtos importados, que chegariam a 60% para importações da China. Lutnick manifestou pleno apoio a essas medidas.
Trump afirmou num comunicado que Lutnick “vai liderar nossa agenda de tarifas e comércio, com responsabilidade direta adicional pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos”.
A Cantor Fitzgerald é um dos símbolos da reconstrução dos EUA após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. A empresa tinha sua sede no Word Trade Center atingindo pelas aeronaves sequestradas pelos terroristas islâmicos. Cerca 700 funcionários perderam suas vidas naquele fatídico dia e Lutnick escapou da morte por ter se atrasado, já que foi deixar seu filho na escola. Após os ataques, a Cantor Fitzgerald, sob a liderança de Lutnick, conseguiu se reerguer e ainda doou 25% de seus lucros aos familiares dos funcionários mortos no WTC.
Secretário de Segurança Nacional: Mike Waltz
Trump escolheu o deputado republicano pela Flórida Mike Waltz como novo secretário de Segurança Nacional. Waltz é crítico da China e um oficial aposentado da Guarda Nacional do Exército dos EUA.
Trump descreveu Waltz como "um líder nacionalmente reconhecido em segurança nacional" e "um especialista nas ameaças representadas por China, Rússia, Irã e o terrorismo global".
“Estou honrado em anunciar que o congressista Mike Waltz está nomeado para servir em meu gabinete como meu conselheiro de segurança nacional. Mike é o primeiro Boina Verde a ser eleito para o Congresso e serviu anteriormente na Casa Branca e no Pentágono”, afirmou Trump em comunicado.
Secretária do Trabalho: Lori Chavez-DeRemer
Para a chefiar a pasta do trabalho, Trump escolheu a deputada republicana pelo Oregon Lori Chavez-DeRemer. Em comunicado, o presidente eleito elogiou o histórico da congressista no apoio a trabalhadores e empresas.
“Lori trabalhou incansavelmente com empresas e trabalhadores para construir a força de trabalho da América. Estou ansioso para trabalhar com ela para criar oportunidades tremendas, expandir o treinamento, aumentar salários e melhorar condições de trabalho”, afirmou.
Embaixadora dos EUA na ONU: Elise Stefanik
A deputada republicana Elise Stefanik foi indicada por Trump para o cargo de Embaixadora dos EUA nas Nações Unidas. Forte aliada de Israel e crítica de grupos terroristas, bem como de movimentos estudantis que pró-Palestina e Hamas que dominaram as universidades americanas, Stefanik foi elogiada por Trump, que destacou sua força e inteligência. Ela era uma das principais aliadas de Trump no Congresso e agora ocupará um cargo fundamental em um dos principais órgãos internacionais.
“Estou honrado em nomear Elise Stefanik para servir em meu gabinete como embaixadora dos EUA nas Nações Unidas. Elise é uma lutadora incrivelmente forte, resistente e inteligente da América em Primeiro Lugar”, disse Trump
Secretário do Interior: Doug Burgum
Trump anunciou o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, do Partido Republicano, como secretário do Interior e presidente do recém-criado Conselho Nacional de Energia.
No comando desta pasta, Burgum, que está encerrando seu segundo mandato como governador, terá a responsabilidade de liderar o Departamento do Interior, que administra recursos naturais e culturais do país, além de supervisionar o novo conselho focado em políticas energéticas. Segundo Trump, o objetivo é alcançar a "dominação energética" dos EUA, reduzindo burocracias e incentivando investimentos no setor.
Conhecido por criticar as políticas ambientais da administração Biden, Burgum defende a inovação no setor energético e maior coordenação entre agências governamentais.
“Czar da Fronteira": Tom Homan
Ex-diretor do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês) Tom Homan será o novo "Czar da Fronteira", o homem responsável pelo controle das fronteiras americanas. No cargo, Homan será responsável por liderar as operações de segurança nas fronteiras dos EUA e pelo planejamento da prometida deportação em massa de imigrantes ilegais. Trump enfatizou que Homan "será implacável no combate à imigração ilegal e na deportação de criminosos", um dos principais pilares de sua política.
“Tenho o prazer de anunciar que o ex-diretor do ICE e defensor do controle de fronteiras, Tom Homan, se juntará ao governo Trump, como responsável pelas fronteiras do nosso país”, escreveu Trump nas redes sociais.
Além de supervisionar as fronteiras sul e norte, Homan também administrará as áreas de segurança marítima e aviação dos EUA.
Diretora de Inteligência Nacional: Tulsi Gabbard
Tulsi Gabbard, ex-deputada democrata, foi indicada por Trump para ser a nova Diretora de Inteligência Nacional dos EUA a partir de 2025. Embora Gabbard não tenha experiência na área de inteligência, Trump destacou sua "dedicação à segurança nacional" e afirmou que ela será "uma voz firme contra as intervenções militares desnecessárias".
Gabbard foi membro da Câmara dos Representantes pelo estado do Havaí entre 2013 e 2021 e depois concorreu às primárias presidenciais do Partido Democrata em 2020 contra o atual presidente americano, Joe Biden, e a agora vice, Kamala Harris.
Durante o segundo debate daquela campanha, Gabbard ganhou notoriedade ao criticar o passado de Kamala como procuradora, acusando-a de perseguir os desfavorecidos.
Como diretora de Inteligência Nacional, Gabbard supervisionará a comunidade de inteligência dos EUA com suas várias agências, incluindo as divisões de inteligência da CIA, NSA e FBI.
Seu nome está envolvido em algumas controvérsias: ela é acusada de ser simpática demais com a Rússia e de até já ter endossado as justificativas do Kremlin para invadir a Ucrânia. Além disso, ela também já fez comentários positivos sobre o ditador da Síria, Bashar al-Assad, um forte aliado dos russos e do Irã, tendo, inclusive, segundo a mídia americana, se encontrado com ele duas vezes.
“Sei que Tulsi trará para nossa comunidade de inteligência o espírito destemido que definiu sua ilustre carreira, defendendo nossos direitos constitucionais e garantindo a paz por meio da força”, disse Trump no comunicado em que anunciou a nomeação.
Secretária de Segurança Interna: Kristi Noem
A governadora republicana do estado da Dakota do Sul, Kristi Noem, foi indicada por Trump para comandar o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS, na sigla em inglês) a partir do ano que vem. Trump elogiou sua postura forte em segurança de fronteiras e imigração, afirmando que Noem será "fundamental para proteger o povo americano".
Entre as agências vinculados ao DHS, estão a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA e a Fiscalização de Imigração e Aduaneira, que serão fundamentais no plano de fronteiras rígidas prometido por Trump durante a campanha.
Também integra a pasta o Serviço Secreto, recentemente criticado por não ter impedido o atentado no qual o republicano foi ferido durante um comício na Pensilvânia em julho.
Noem, como governadora e deputada, se tornou conhecida por uma postura linha-dura nas questões de imigração ilegal – como pedir punição às chamadas cidades-santuário, com prefeitos democratas, que protegeram imigrantes ilegais ao não cooperarem com agências federais durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021).
Diretor da CIA: John Ratcliffe
John Ratcliffe, ex-diretor de Inteligência Nacional durante o primeiro governo Trump, foi nomeado para chefiar a CIA a partir do próximo ano. Trump o descreveu como "um defensor incansável da verdade" e elogiou seu trabalho investigando questões como o caso envolvendo o laptop de Hunter Biden. Ratcliffe é ex-deputado do Partido Republicano pelo estado do Texas.
"Estou ansioso para que John seja a primeira pessoa a ocupar os dois mais altos cargos de Inteligência da nossa nação", disse Trump em um comunicado.
Secretária de Educação: Linda McMahon
Para comandar a pasta da Educação, Trump indicou o nome de Linda McMahon, uma das suas principais aliadas e uma das líderes do grupo de transição de governo. A empresária tem 76 anos e é cofundadora e ex-CEO da World Wrestling Entertainment (WWE), uma franquia de luta livre profissional. Não tem formação na área educacional nem experiência no segmento, no entanto, é uma aliada considerada leal pelo futuro presidente.
A empresária já doou para as campanhas de Trump e esteve em sua equipe no primeiro mandato. Na primeira gestão, McMahon foi gestora da Administração de Pequenos Negócios, cargo a que renunciou em 2019 para ajudar na campanha de reeleição de Trump. A saída foi tranquila, com Trump tecendo elogios a ela.
McMahon é atualmente presidente do Instituto de Políticas America First, um think tank (organização de políticas públicas) alinhado a Trump.
“Nos últimos quatro anos, como presidente do conselho do America First Policy Institute, Linda tem sido uma defensora ferrenha dos direitos dos pais, trabalhando duro também no America First Works, dando às crianças a oportunidade de receber uma educação excelente, independentemente do código postal ou renda”, disse Trump em comunicado, segundo a Reuters.
Apesar dos elogios, McMahon tem um desafio grande pela frente. Trump já havia criticado o Departamento de Educação e prometeu fechá-lo. O setor passa por um momento de crise nos distritos escolares, com déficits orçamentários e atraso de ensino após a pandemia.
“Vamos enviar a Educação de volta aos estados, e Linda liderará esse esforço”, disse Trump em uma declaração após o anúncio.
Secretária de Agricultura: Brooke Rollins
Trump indicou o nome de Brooke Rollins para ser a secretária do Departamento de Agricultura em seu novo mandato.
O republicano destacou o compromisso de Rollins com os agricultores americanos, afirmando que ela liderará esforços para proteger os que descreveu como “a espinha dorsal do nosso país”.
Rollins, de 52 anos, é CEO do America First Policy Institute, organização que promove a agenda do presidente eleito. Durante o primeiro mandato de Trump, ela atuou como diretora do Conselho de Política Doméstica da Casa Branca e, anteriormente, foi presidente da Fundação de Políticas Públicas do Texas por 15 anos, consolidando sua experiência em políticas conservadoras e agrícolas.
A nomeação reflete a intenção de Trump de priorizar a agenda rural e fortalecer o apoio aos produtores americanos.
“Como nossa próxima secretária da Agricultura, Brooke liderará o esforço para proteger os agricultores americanos, que são verdadeiramente a espinha dorsal do nosso país”, afirmou o republicano em um comunicado.
Secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano: Scott Turner
Para chefiar esta pasta, Trump anunciou o nome de Scott Turner, ex-jogador da NFL e ex-deputado no estado do Texas.
Turner, que já atuou como diretor executivo do Conselho de Oportunidades e Revitalização da Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump, será responsável por liderar as políticas de habitação e desenvolvimento urbano nos Estados Unidos. Sua experiência no setor público, aliada à sua trajetória no esporte e na política estadual, reforça, segundo presidente eleito, seu compromisso com a promoção de oportunidades de crescimento e revitalização urbana no país.
Embaixador dos EUA em Israel: Mike Huckabee
Trump escolheu Mike Huckabee, ex-governador republicano do Arkansas, para servir como embaixador dos EUA em Israel, cargo que requer confirmação pelo Senado.
"O Mike tem sido um grande servidor público, governador e líder de fé por muitos anos", disse Trump em uma declaração. "Ele ama Israel, e o povo de Israel também o ama. Mike trabalhará incansavelmente para alcançar a Paz no Oriente Médio!", acrescentou o republicano.
Huckabee tem sido um firme defensor do Estado de Israel, dos assentamentos na Cisjordânia e da guerra na Faixa de Gaza. Ele foi governador do Arkansas de 1996 a 2007 e tentou, sem sucesso, a nomeação presidencial republicana em 2008 e 2016. Após deixar o cargo, ele apresentou um programa na Fox News e um programa de rádio.
Embaixador dos EUA na Otan: Matthew Whitaker
Trump anunciou o nome de Matthew Whitaker, que integrou seu primeiro governo como procurador-geral interino, para o posto de novo embaixador dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Ao nomeá-lo, Trump o descreveu como um "guerreiro forte e um patriota leal" que colocará os interesses dos EUA em primeiro lugar. Durante a campanha, Trump fez críticas à Otan, afirmando que os países-membros não estavam cumprindo a regra de financiamento - gastando 2% do PIB com defesa, e que a maior parte dos custos de operação da organização caia sobre o pagador de imposto americano.
Whitaker integra o círculo mais próximo de Trump, que parece ter plena confiança no trabalho dele. Num comunicado, Trump disse que Whitaker terá a responsabilidade de “fortalecer as relações com os aliados” dos EUA e “se manter firme frente às ameaças à paz e à estabilidade”.
Presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC): Brendan Carr
Ao anunciar o nome de Carr, Trump o chamou de "guerreiro pela liberdade de expressão". Carr é atualmente o principal republicano na FCC, que supervisiona as licenças de TV e rádio, preços da internet residencial e outras questões de comunicação nos EUA. Ele é um crítico da censura das Big Techs e foi responsável por abrir uma investigação contra essas empresas na semana passada, acusando-as de formar um "cartel da censura" durante o governo de Joe Biden. As empresas acionadas incluem Facebook, Google, Apple e Microsoft.
“Ele [Carr] acabará com o ataque regulatório que tem paralisado os criadores de emprego e inovadores da América”, disse Trump.
Chefe da FDA: Marty Makary
Trump nomeou o cirurgião e professor da Johns Hopkins, Marty Makary, para comandar a Food and Drug Administration (FDA) agência equivalente à Anvisa no Brasil. A indicação de Makary foi anunciada através de uma publicação de Trump nas redes sociais.
Makary, conhecido por suas críticas às respostas das agências de saúde públicas durante a pandemia de covid-19, tem se posicionado como um defensor da reforma do sistema de saúde dos EUA. Trump afirmou que a FDA perdeu a confiança do público e ressaltou que Makary trabalhará para restaurar a credibilidade da agência, com foco na avaliação de produtos químicos e medicamentos que afetam a saúde pública.
Além de seu trabalho na Johns Hopkins, Makary é autor de livros sobre medicina e esteve envolvido na pesquisa sobre as listas de verificação cirúrgicas que contribuíram para melhorar a segurança dos pacientes.
Enviado especial para o Oriente Médio: Steve Witkoff
Trump nomeou o empresário do ramo imobiliário e filantropo Steve Witkoff, um de seus amigos mais próximos, como seu futuro enviado especial para o Oriente Médio.
Witkoff, conforme disse Trump em um comunicado, “é um líder altamente respeitado nos negócios e na filantropia, que tornou cada projeto e comunidade em que esteve envolvido mais fortes e prósperos”. Witkoff também está encarregado de organizar, junto com a ex-senadora Kelly Loeffler, a cerimônia de posse de Trump em 20 de janeiro.
“Ele será uma voz implacável pela PAZ e nos deixará orgulhosos”, afirmou Trump, que venceu a eleição presidencial de 5 de novembro e assumirá o cargo em janeiro.
Enviado especial para Ucrânia e Rússia: Keith Kellogg
Trump nomeou o tenente-general reformado Keith Kellogg como enviado especial para Ucrânia e Rússia com a missão de acabar com a guerra.
Kellogg, de 80 anos, que atuou como chefe de gabinete do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump, esboçou há alguns meses uma proposta para acabar com o conflito que começou com a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
De acordo com o plano de Kellogg, os EUA deveriam condicionar o envio de armas à Ucrânia para forçar o país a negociar o fim da guerra com a Rússia.
Trump destacou em comunicado que Kellogg teve “uma carreira militar e empresarial distinta, inclusive servindo em funções de segurança nacional altamente sensíveis”.
Administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA): Lee Zeldin
Lee Zeldin, ex-deputado de Nova York, será o novo Administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA. Trump enfatizou que Zeldin "garantirá decisões regulatórias rápidas e justas", equilibrando as necessidades ambientais com o “crescimento da economia”.
Trump destacou a habilidade de Zeldin em lidar com questões “difíceis e complexas”, reforçando sua confiança de que o ex-congressista “será um excelente colaborador” em seu governo.
Zeldin foi deputado representando o estado de Nova York no período de 2015 a 2023. Ele é formado em direito e integrou o Exército dos Estados Unidos, servindo na guerra do Iraque como parte da chamada “Operação Liberdade” no ano de 2006. Atualmente, cita o comunicado de Trump, Zeldin continua sua carreira militar como tenente-coronel na reserva do Exército.
O ex-deputado ganhou destaque nacional ao disputar a eleição de 2022 para o governo de Nova York, disputa que perdeu para a democrata Kathy Hochul. Segundo Trump, Zeldin conquistou um feito histórico naquela eleição, já que ele conseguiu o “maior número de votos para um republicano” em Nova York “desde Nelson Rockefeller, há mais de 50 anos”.
Secretária de Imprensa da Casa Branca: Karoline Leavitt
Karoline Leavitt, que foi secretária nacional de imprensa da campanha presidencial de Trump, será a nova secretária de imprensa da Casa Branca, a mais jovem a assumir o cargo, aos 27 anos. Leavitt já havia trabalhado na Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump como assistente de imprensa.
"Karoline é inteligente, forte e provou ser uma comunicadora altamente eficaz. Tenho total confiança de que ela se sairá muito bem no palco", afirmou Trump em um comunicado.
Leavitt disputou, sem sucesso, uma vaga no Congresso pelo estado de New Hampshire.
Diretor de Comunicação da Casa Branca: Steven Cheung
Steven Cheung, ex-diretor de comunicações da campanha presidencial de Trump, retornará à Casa Branca após atuar como diretor de resposta estratégica durante o primeiro mandato de Trump. Seu título será assistente do presidente e diretor de comunicações.
Filho de imigrantes chineses que se instalaram na cidade californiana de Sacramento, onde nasceu e foi criado, ele na verdade se chama Huyen Cheung. Mas acabou incorporando o nome “Steven” quando começou a jogar futebol americano, no ensino médio.
Escritório de Pessoal Presidencial: Sergio Gor
Sergio Gor, cofundador e chefe da editora Winning Team Publishing, de Donald Trump Jr., será o responsável pelo importante cargo de chefiar o Escritório de Pessoal Presidencial (PPO) na nova administração de Trump, anunciou o presidente eleito.
Segundo a CBS, Gor foi responsável pelo super PAC pró-Trump, Right for America, que arrecadou cerca de US$ 80 milhões para apoiar a candidatura de Trump em 2024.
O diretor do PPO é responsável por avaliar milhares de nomeações para o governo.
Em uma nota divulgada para a imprensa, Trump comentou as indicações de Gor e Cheung.
“Steven Cheung e Sergio Gor são conselheiros de confiança desde minha primeira campanha presidencial e continuaram a defender nossos princípios durante meu primeiro mandato, até nossa vitória histórica neste ano. Estou emocionado por tê-los na Casa Branca”, disse o republicano.
Secretário de Assuntos dos Veteranos: Doug Collins
Doug Collins, ex-deputado republicano pela Geórgia e veterano do Exército dos EUA, será o novo secretário de Assuntos dos Veteranos, pasta responsável por cuidar daqueles que lutaram e defenderam a bandeira americana no campo de batalha. Trump escolheu Collins devido ao seu compromisso com os militares e afirmou que ele "vai garantir que nossos heróis sejam tratados com a dignidade que merecem".
Secretário de Energia: Chris Wright
Chris Wright, CEO da Liberty Energy, foi escolhido por Trump para comandar a partir de 2025 o Departamento de Energia dos EUA. Trump destacou que Wright ajudará os EUA a alcançar a "dominância energética". Wright é um defensor de políticas de energia fóssil e crítico da ideia de crise climática.
“Chris foi um dos pioneiros que ajudaram a lançar a Revolução Americana do Xisto que impulsionou a Independência Energética Americana e transformou os Mercados Globais de Energia e a Geopolítica”, escreveu Trump no comunicado onde anunciou o nome de Wright.
Advogado da Casa Branca: William McGinley
Trump indicou o nome de William McGinley como o novo conselheiro(advogado) da Casa Branca. Num comunicado feito nas redes sociais, ele elogiou McGinley.
"Bill é um advogado inteligente e tenaz que me ajudará a avançar com nossa agenda 'América em Primeiro Lugar', enquanto luta pela integridade das eleições e contra a politização da aplicação da lei", escreveu Trump.
McGinley foi secretário de gabinete da Casa Branca e também atuou como conselheiro externo do Comitê Nacional Republicano, lidando com a integridade das eleições, e como conselheiro geral para o Comitê de Campanha do Senado Republicano (NRSC). No cargo, ele será responsável pelo aconselhamento jurídico de Trump.
Secretário de Transportes: Sean Duffy
O mais recente nome indicado por Trump para fazer parte de seu governo no ano que vem foi o de Sean Duffy, que será o novo secretário de Transportes dos EUA. Duffy estava trabalhando como apresentador da Fox News e foi deputado pelo Partido Republicano representando o estado do Wisconsin de 2011 a 2019.
Ao anunciar o nome de Duffy, Trump disse que ele "priorizará Excelência, Competência, Competitividade e Beleza ao reconstruir as rodovias, túneis, pontes e aeroportos da América. Ele garantirá que nossos portos e represas atendam à nossa economia sem comprometer nossa segurança nacional, e fará nossos céus seguros novamente ao eliminar a DEI [políticas de diversidade] para pilotos e controladores de tráfego aéreo", disse Trump em um comunicado.
O republicano acrescentou que: "Sean usará sua experiência e os relacionamentos que construiu ao longo de muitos anos no Congresso para manter e reconstruir a infraestrutura da nossa nação, cumprindo nossa missão de inaugurar a Era de Ouro das Viagens, focando em Segurança, Eficiência e Inovação. O mais importante, ele elevará grandemente a Experiência de Viagem para todos os americanos!"
Assessores e membros de gabinete da Casa Branca
Trump anunciou o nome de quatro principais assessores — Dan Scavino, Stephen Miller, James Blair e Taylor Budowich — que trabalharam em sua campanha presidencial e se juntarão a ele na Casa Branca como membros de sua equipe sênior. Todos servirão como assessores do presidente e vice-chefes de gabinete, supervisionando áreas específicas.
"Dan, Stephen, James e Taylor foram assessores 'de primeira linha' em minha campanha vitoriosa, e sei que servirão com honra o povo americano na Casa Branca", disse Trump. "Eles continuarão a trabalhar duro para “Fazer a América Grande Novamente' em suas novas funções", afirmou o presidente eleito.
Scavino atuará como vice-chefe de gabinete e é descrito por Trump como um de seus "mais longos e mais confiáveis auxiliares". Ele foi vice-chefe de gabinete para comunicações e diretor de mídia social durante o primeiro mandato de Trump.
Miller, que também trabalhou na Casa Branca no primeiro mandato, retornará como vice-chefe de gabinete para política e conselheiro de segurança interna. Ele foi responsável pelas políticas de imigração rigorosas da administração de Trump.
Blair servirá como vice-chefe de gabinete para assuntos legislativos, políticos e públicos. Ele foi diretor político da campanha de Trump e do Comitê Nacional Republicano, supervisionando as operações políticas e programas.
Budowich foi nomeado vice-chefe de gabinete para comunicações e pessoal. Ele trabalhou em uma função sênior no super PAC (comitê de ativismo político) Save America de Trump e foi CEO do super PAC MAGA Inc.