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No Jardim das Recordações, em Dublin, a rainha Elizabeth II ofereceu uma coroa de flores à honra dos irlandeses que lutaram pela liberdade do país contra a Grã-Bretanha | Arthur Edwards/Reuters
No Jardim das Recordações, em Dublin, a rainha Elizabeth II ofereceu uma coroa de flores à honra dos irlandeses que lutaram pela liberdade do país contra a Grã-Bretanha| Foto: Arthur Edwards/Reuters

Agenda

Veja qual é a programação da rainha nos quatro dias que passará na Irlanda. Não foram confirmados dias e horários, mas apenas o roteiro.

Ontem

A comitiva real foi até o centro de Dublin, no Jardim da Lembrança, para deixar flores no monumento que honra a luta dos irlandeses pela causa da liberdade nacional.

Rebelião

A rainha percorrerá o curto trajeto que separa Parnell Square da Universidade do Trinity College, passando pelo Escritório dos Correios em O’Connell Street, o edifício mais emblemático do Levantamento de Páscoa de 1916, uma rebelião irlandesa sufocada pelo Exército britânico.

Livro de Kells

Na universidade, Elizabeth II terá acesso ao Livro de Kells, uma das obras mais importantes do cristianismo celta e da arte saxão-irlandês.

Guinness

A rainha visitará o museu da fábrica da famosa cerveja Guinness e será recebida pelo "Taoiseach" (primeiro-ministro) nos edifícios governamentais. Então levará uma coroa de flores ao Memorial de Guerra Irlandês, dedicado aos 49,4 mil irlandeses mortos na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e fará uma visita ao estádio de Croke Park, o palco do Domingo Sangrento em 21 de novembro de 1920.

  • Manifestantes arremessam tijolos durante protesto ontem em Dublin

Dublin - A rainha Elizabeth II conheceu ontem o Jardim das Recordações. Diante de uma multidão de dignitários, militares e de seu marido, o duque de Edimburgo, que teve o tio morto por militantes nacionalistas irlandeses em 1979, a mo­­narca usou uma coroa de flores para honrar a memória dos irlandeses que lutaram por independência contra a Grã-Bre­­tanha. A cerimônia teve um mi­­nuto de si­­lêncio.

A rainha realiza a primeira vi­­sita de um monarca britânico à República da Irlanda. Antes da via­­gem histórica, soldados desativaram uma bomba na madrugada, de acordo com a polícia e os militares.

O explosivo foi encontrado no compartimento de bagagem de um ônibus na localidade de May­­nooth, no condado de Kildare, per­­to de Dublin, na noite de se­­gunda-feira, segundo fontes oficiais. Ele foi desativado pelo Exército da Ir­­landa.

A visita é a primeira de um mo­­narca britânico desde a independência da Irlanda, em 1922, e está cercada por uma forte operação de segurança, em meio a ameaças do terrorismo republicano irlandês. O custo total para a operação de segurança é estimado em US$ 42,4 milhões, uma grande quantia para um país em profunda de­­pressão econômica. A rainha, de 85 anos, deve ficar quatro dias no país.

Elizabeth II teve uma reunião ontem à tarde com a presidente da Irlanda, Mary McAleese. A artilharia do Exército da Irlanda disparou uma salva de 21 tiros em homenagem à rainha e de­­pois uma banda militar tocou o hino britânico "God Save the Queen".

As homenagens foram feitas para mostrar o bom momento na relação entre Grã-Bretanha e Ir­­landa, marcada pelo processo de paz no Ulster, província britânica no norte da ilha irlandesa, onde conflitos entre católicos e protestantes deixaram 3.700 mortos durante três décadas.

Elizabeth II visita a Irlanda exatamente um século depois de seu avô, o rei George V, ter ido à ilha quando a Irlanda inteira fazia parte do Império Britânico.

Hoje à noite, Elizabeth II fará um discurso no Castelo de Dublin, abordando as relações entre os dois países. McAleese disse que a Grã-Bretanha e a Irlanda estão "de­­terminadas a tornar o futuro um lugar muito, muito melhor".

IRA

Grupos dissidentes do inativo Exér­­cito Republicano Irlandês (IRA) se opõem à viagem. A polícia britânica informou ontem que membros do IRA ameaçaram instalar uma bomba no centro de Londres.

Apesar do caráter em grande parte amistoso do primeiro dos quatro dias da visita, o partido nacionalista Sinn Fein, que defende a integração da Irlanda do Nor­­te à República da Irlanda, lançou balões negros no céu de Dublin. O parlamentar Aengus O Snodaigh disse que os balões simbolizavam as centenas de irlandeses mortos pelas tropas britânicas no Ulster.

O primeiro dia de visita da rainha gerou alguns protestos e ao menos 21 pessoas foram presas. Houve confrontos entre a polícia e partidários do IRA a cerca de um quilômetro de onde a rainha passou, mas os incidentes não atrapalharam a passagem da monarca nem comprometeram a segurança da visita.

Longe das áreas visitadas, houve casos de vandalismo, com ma­­nifestantes atirando fogos de artifício, garrafas e sinalizadores contra policiais e incendiando latas de lixo ao longo de algumas ruas.

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