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Havana - O presidente de Cuba, Raúl Castro, propôs limitar a um máximo de dez anos o mandato dos dirigentes em Cuba, governada durante meio século por seu irmão Fidel. "Chegamos à conclusão de que é recomendado limitar ao máximo de dois períodos consecutivos de cinco anos o desempenho de cargos políticos e estatais fundamentais. Isso é possível e necessário nas atuais circunstâncias", afirmou Raúl Castro em discurso perante os mil delegados do Congresso do PCC.

O governante, a quem seu irmão Fidel cedeu o poder em julho de 2006, quando ficou doente, fez sua proposta em um duro discurso de autocrítica sobre a direção da ilha comunista, convocando para um rejuvenescimento que deixe para trás o "formalismo", a "fanfarra", a "inércia" e os "dogmas".

Os EUA consideraram a proposta positiva, mas o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano para a América Latina, Charles Luoma-Overstreet, disse que a medida não garante que os cubanos poderão decidir democraticamente seu futuro.

A chefe da comissão das Relações Exteriores da Câmara de Representantes, a republicana Ileana Ros-Lehtinen (Flórida), afirmou ontem que as mudanças esboçadas por Castro não são mais do que "uma brincadeira criada para manipular o resto do mundo". É uma "falsidade total" que um limite de mandatos "modificaria a realidade de que em Cuba há apenas um partido que tem controle absoluto", disse a legisladora de origem cubana. "O povo cubano continuará oprimido", acrescentou.

A oposição cubana reagiu em tom pessimista às mudanças econômicas e de limite de mandato no poder anunciados por Raúl Castro. "Se vão governar mais 10 anos, continuarão arruinando o país; mais que um anúncio, é uma ameaça, outra década de castrismo ineficiente será arruinar mais o país", afirmou o ativista Elizardo Sánchez.

Os moderados Manuel Cuesta Morúa e Oscar Espinosa Chepe, assim como o advogado René Gómez, consideraram, no entanto, que a medida é válida, apesar de tardia. "Parece interessante, mas é uma limitação para o futuro, já que não diz respeito a eles", afirmou Cuesta.

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