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O presidente de Cuba, Raúl Castro, propôs neste sábado a limitação de mandatos para os políticos do país. A ideia foi apresentada em discurso proferido na abertura do 6º Congresso do Partido Comunista. Raúl sugeriu que o limite seja de dois mandatos de cinco anos cada. O líder cubano não entrou em detalhes sobre a proposta, mas sugeriu que a limitação seja aplicada tanto aos cargos políticos quanto a postos importantes no governo.

No mesmo discurso, Raúl disse que as reformas econômicas conduzidas pelo governo de Cuba não contemplam a concentração de propriedade privada. O líder cubano afirmou que diversas propostas nesse sentido foram rechaçadas pelo governo por estarem em contradição com a essência do socialismo. "No socialismo jamais haverá espaço para as terapias de choque", explicou o presidente cubano. Ele observou ainda que "o incremento do setor não-estatal", longe de significar alguma espécie de privatização, operará como "um facilitador do socialismo" em Cuba.

Os delegados do Partido Comunista estão reunidos em Havana para ratificar as reformas econômicas propostas pelo governo no ano passado. Trata-se do primeiro congresso realizado pelo Partido Comunista cubano desde 1997. O encontro terá quatro dias de duração.

Antes do início do encontro, Raúl Castro disse que acredita que este será o último congresso partidário chefiado por ele e por seus companheiros na revolução de 1959.

Depois de assumir definitivamente a presidência de Cuba, em 2008 Raúl Castro apresentou uma série de propostas destinadas a reformar o sistema socialista do país e há expectativa de que mais detalhes sobre os planos do governo para os próximos anos venham à tona no congresso que se inicia hoje e se estenderá até terça-feira.

Antes da abertura do congresso, Raúl presidiu uma grande parada cívico-militar para marcar os 50 anos da frustrada invasão da Baía dos Porcos por dissidentes financiados pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, por suas iniciais em inglês). Milhares de soldados marcharam pela Praça da Revolução ao som de marchas militares enquanto helicópteros e caças em formação de combate sobrevoavam o local. Centenas de milhares de cubanos acompanhavam a marcha, o que deixou o restante de Havana praticamente deserto.

"Vida longa a Fidel! Vida longa a Raúl! Vida longa ao Partido Comunista de Cuba!", bradou a locutora do evento. Participantes respondiam com vivas.

O presidente de Cuba, Raúl Castro, que era o chefe das Forças Armadas do país antes de suceder seu irmão Fidel à frente do governo, apareceu em trajes militares para a ocasião. Acompanhado de dignitários em uma tribuna, Raúl acenava e saudava as tropas. Fidel não foi visto.

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